No papel, as multas de trânsito servem para educar os motoristas a não cometerem erros que coloquem as outras pessoas em risco. Na prática, encontramos situações que desafiam o bom senso, em que os agentes de trânsito aplicam penalidades totalmente fora da realidade. Confira 10 multas de trânsito tão absurdas que parecem piada, feitas tanto no Brasil quanto no resto do mundo:
10. Lixeira infratora
Estacionar em local proibido rende multa. E quando essa multa é feita para uma lixeira para em um local onde carros não podem ficar? O vendedor Mike Jones presenciou o momento em que um guarda de trânsito no País de Gales aplicou uma penalidade em uma lixeira com rodas que estava parada sobre uma faixa dupla contínua (usada no país para demarcar áreas em que é proibido estacionar).
As autoridades disseram que a multa foi aplicada após uma pessoa questionar o guarda se ele iria multar a lixeira e, de brincadeira, o oficial colocou o aviso de infração na alça da lixeira. Se apressaram para dizer que, apesar do ato, nenhuma multa foi feita contra a empresa Biffa, dona da lixeira. Já a Biffa disse estar aliviada que a lixeira envolvida no caso não é está com problemas com o governo.
9. Atropelado pela polícia
O empresário irlandês Daniel Horne teve um dos casos mais bizarros de sua vida. Foi atropelado em junho de 2007, quando um carro invadiu a calçada e passou por cima de seu pé esquerdo. Foi socorrido e ficou três horas no hospital. Quando chegou em casa, a surpresa: recebeu uma multa por dano ao patrimônio público, já que o veículo em questão era uma viatura policial e ele teria amassado a lataria.
Daniel estava voltando da balada com os amigos quando um dos pneus do carro furou. Deixaram o pisca-alerta ligado e foram procurar por ajuda. A polícia foi chamada por algum morador, achando que estavam tentando roubar o carro. Quando chegaram ao local, a polícia subiu na calçada para prendê-los, quando passou por cima do pé de Daniel. A multa, de 80 libras, dizia que o empresário “correu na lateral dianteira de um carro policial e causou um amassado”. O jovem tentou processar a polícia por danos materiais, já que ficou três meses sem poder trabalhar.
8. Ônibus de brinquedo, multa de verdade
Giovanni Cortessi teve a ideia de colocar um pequeno ônibus feito para crianças em frente a sua barbearia na cidade inglesa de Brighton. Tudo ia bem, até que um dia, viu um guarda de trânsito falando por rádio com a central, perguntando se deveria multar o brinquedo por parar em local proibido – e a central disse que sim. Cortessi recebeu uma penalidade de 50 libras por causa do brinquedo.
Após ser questionada, a NSL, companhia terceirizada que fiscaliza o trânsito da cidade, disse que é seu trabalho manter as ruas limpas. Ainda assim, diz ter cancelado a infração após Cortessi recorrer. Porém, o cabelereiro disse nunca recebeu de volta o valor pago pela multa. O pequeno ônibus acabou guardado, já que a confusão com o departamento de trânsito acabou com toda a brincadeira.
7. Fiat Uno sem capacete
Multas bizarras também acontecem no Brasil. O empresário Robério Lima recebeu uma infração bem peculiar, por dirigir sem capacete. A maluquice está no fato de que a infração foi aplicada sobre o Fiat Uno de sua empresa, conduzido por um de seus funcionários. Lima teria que pagar R$ 127,69 e receber 5 pontos na Carteira Nacional de Habilitação pela penalidade sem sentido.
A confusão fica pior com o documento da notificação. Na tripificação, quando entra o código da infração que determina os pontos e valor, está “Deixar o condutor de usar o cinto de segurança”. No entanto, no campo de observação está escrito “Veículo em movimento, vidros baixos, condutor não utilizava o capacete de uso obrigatório”. Após o caso aparecer na imprensa, a Autarquia Municipal de Trânsito de Fortaleza disse que iria investigar a falha.
6. Moto sem cinto
Se não pode dirigir Fiat Uno sem capacete, então também não vale dirigir moto sem cinto de segurança. O motoboy Renato dos Santos Alves foi multado por dirigir sua Honda CG 125 sem cinto de segurança em Cuiabá (MT), recebendo cinco pontos na CNH. A Secretaria de Trânsito e Transportes Urbanos de Cuiabá colocou a culpa em um possível erro de identificação, que fez o motoboy levar a multa que deveria ir para outro veículo.
Isso é mais comum do que deveria. Em Pouso Alegre (MG), outro condutor recebeu a mesma multa por dirigir sua Suzuki GSR125 sem cinto de segurança. Dessa vez, a notificação usava a tripificação “Transpor bloqueio viário com ou sem sinalização ou dispositivos auxiliares”. O motorista, identificado como Luciano, afirmou nas redes sociais que já foi multado outras vezes pelo mesmo motivo.
5. Multa por chupar bala de menta
Se depender da Polícia Rodoviária da região de Sorocaba, no interior de São Paulo, dirigir chupando bala de menta é contra a lei. Um motorista conduzia seu Porsche Cayman pela Rodovia Senador José Ermírio de Moraes (a “Castelinho”) quando uma viatura da polícia ficou emparelhada ao seu lado. Após colocar uma bala na boca, os oficiais mandaram que encostasse o carro.
No Facebook, o condutor afirmou que os policiais ficaram meia hora checando todos os detalhes do Porsche, até decidirem aplicar uma multa por ter pegado uma bala enquanto dirigia. Embora o artigo 252 do Código de Trânsito Brasileiro proíba dirigir com apenas uma mão, “exceto quando deva fazer sinais regulamentares de braço, mudar a marcha do veículo, ou acionar equipamentos e acessórios do veículo”, o caso ganhou repercussão pela falta de bom senso, já que é uma ação rápida, como ajeitar os óculos ou coçar o nariz.
4. Não pode assoar o nariz
Falando no nariz, o inglês Michael Mancini sentiu que precisava assoar seu nariz e pegou um lenço de papel. O ato rendeu uma multa de 60 libras por “não estar sob controle de seu veículo”. Pior ainda, fato aconteceu quando o trânsito estava parado. E ainda dá para ficar pior ainda, já que Mancini também foi multado por não ter parado seu carro corretamente quando o policial o abordou, embora tivesse puxado o freio de mão como manda a lei.
Mancini não pagou a multa e entrou na justiça contra a infração. O oficial Stuart Gray é muito conhecido na região por sua falta de bom senso quanto ao cumprimento da lei e da aplicação de multas. O policial já multou uma pessoa em 50 libras por jogar lixo no chão, quando na verdade o cidadão tinha acabado de sair de uma loja e, sem perceber, deixou cair uma nota de 10 libras.
3. Carro estacionado há 1.800 anos
Juros por uma multa é algo normal em muitos países. Uma mulher na Sicília (Itália) se deu mal quando um guarda de trânsito a multou por parar em lugar proibido. O problema é que o oficial marcou na multa que o ano era 208, ao invés de 2008. Como resultado, o sistema calculou o valor de acordo, aplicando um valor de 32 mil euros pelos 1.800 anos que o veículo ficou parado na vaga.
2. Morto fora-da-lei
Um policial da cidade de Nova York (EUA) encontrou um carro parado no acostamento de uma rua no bairro do Queens. Tinha uma pessoa dentro e, sem verificar seu estado, decidiu apenas aplicar a multa por estar estacionado na rua durante horário proibido. Horas depois, um amigo de Nicholas Rappold percebeu que ele ainda estava estacionado em frente à sua casa. Rappold estava morto, vítima de uma overdose.
O caso causou muita discussão, com muitos acusando o policial de não verificar o motorista antes de dar a multa. Em sua defesa, o oficial disse que os vidros do Jeep Cherokee estava com insulfilm e que não era possível ver o interior do veículo, motivo pelo qual ele não notou que havia alguém dentro. Ainda assim, a multa foi cancelada já que a hora da morte foi anterior ao momento da multa – se tivesse morrido depois da infração, a família teria que pagar o valor.
A bizarrice do caso não acaba na multa. Rappold foi considerado pela justiça como assassinado, já que sua overdose foi causada pelo uso de dois medicamentos para a dor. O jovem seguia a receita entregue a ele pelo médico Stan Xuhui Li, combinando o uso de Xanax com oxicodona. Li foi preso e acusado pela morte de Rappold e mais uma pessoa, além de ser suspeito pela morte de outros cinco pacientes.
1. Volkswagen Gol supersônico
Quando a Volkswagen lançou o Gol, não imaginava que ele seria capaz de alcançar incríveis 4.800 km/h. Isso é o que diz a multa recebida pelo advogado Jucelei Tavares Menezes com seu Gol Rolling Stone 1.6 em Blumenau (SC). Jucelei trafegava em uma via que tinha o limite de 40 km/h e deve ter passado no radar a 48 km/h, mas o erro marcou uma velocidade muito maior, equivalente a Mach 4, ou seja, quatro vezes a velocidade do som.
O caso de Jucelei foi publicado poucos dias depois de outro Gol atingir uma velocidade totalmente fora da realidade: 880 km/h. Rafael de Andrade foi multado por atingir essa velocidade em Niterói (RJ), em uma via de 60 km/h. O mais impressionante é que o Detran de Niterói não aceitou o recurso e manteve a multa, mesmo que o carro de Rafael tenha um motor 1.0 – que, para o Detran, deve ser o 1.0 mais rápido do mundo.
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