Vinte cinco anos depois da descoberta do vírus da Aids, uma equipe de cientistas definiu uma subespécie de chimpanzés do sul da República de Camarões como a “reserva natural” do vírus da Aids, segundo estudo publicado nesta quinta-feira pela revista norte-americana “Science”.
Esses chimpanzés silvestres do subgrupo “Pan troglodytes troglodytes” são portadores sadios do vírus da deficiência imunológica em símios, uma infecção considerada a “Aids dos macacos” e muito semelhante ao HIV-1, responsável pela pandemia humana de Aids, constataram cientistas franceses, americanos e britânicos que participaram da pesquisa.
Para estudar o predomínio deste vírus nestes chimpanzés silvestres, a equipe internacional analisou os excrementos dos primatas, que vivem nas regiões mais remotas da floresta tropical da República dos Camarões. Assim, constataram que o vírus da deficiência imunológica em símios (SIVcpz) se estendia muito entre esta população de chimpanzés.
Esse vírus se transmite provavelmente ao homem pela caça e o consumo de carne infectada.
Segundo os cientistas, é possível que outros tipos do vírus SIVcpz existam em outros grupos de macacos e que podem gerar outro tipo de vírus passível de infectar os humanos.
“Os resultados deste estudo assim como as investigações feitas anteriormente lançam pela primeira vez luz completa sobre as origens do HIV-1 e da pandemia da Aids”, destacaram os estudiosos das Universidades de Alabama (sul), Montpellier 1 (França) e Nottingham (Grã-Bretanha).
Resta determinar o motivo pelo qual a localização desta “reserva natural” é diferente das de zonas geográficas onde apareceram os primeiros casos da enfermidade.
O primeiro caso humano de infecção por HIV foi o de um homem de Kinshasa, capital da atual República Democrática do Congo. Sua amostra de sangue foi tirada dezenas de anos antes que os cientistas conhecessem, inclusive, a existência do vírus da Aids.
Uol
Vírus da Aids originou-se em chimpanzés, indica pesquisa
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