O médico Reginaldo Tavares retomou esta semana suas atividades na presidência da Confederação das Unimed’s do Norte e do Nordeste fazendo um balanço positivo de sua passagem à frente da Secretaria Estadual de Saúde (SES), cargo que ocupou até a última quinta-feira (30). Tavares avaliou os 14 meses de sua gestão como decisivos para a melhoria da imagem da pasta junto à opinião pública, a partir da resolução de vários problemas que a tiraram das manchetes negativas dos jornais.
“Me sinto com o dever cumprido”, resumiu. Nesses 14 meses de gestão, além de colocar a “casa em ordem”, Reginaldo Tavares também conseguiu implementar uma série de iniciativas, como a implantação do calendário de pagamento da gratificação por produtividade dos servidores da saúde que pôs fim às constantes paralisações da categoria. A regularização no fornecimento e dispensação dos medicamentos excepcionais destinados a pacientes com patologias graves e a retomada e conclusão de obras inacabadas de hospitais do estado foram apontados por Reginaldo Tavares como pontos extremamente importantes de sua gestão.
Um outro aspecto importante lembrado por Tavares foi à criação do núcleo de gestão hospitalar que deu inicio a reestruturação das unidades de saúde administradas pelo Estado. Reflexo disso, ainda no ano passado, em parceria com a prefeitura de João Pessoa a SES conseguiu aprovar projeto junto ao Ministério da Saúde que injetarão recursos na ordem de mais R$ 12 milhões para melhorar a rede de urgência e emergência da capital. Os recursos já estão assegurados e devem ser liberados até o final desse semestre.
Assim como João Pessoa, que já possui um Hospital de Trauma, Campina Grande também foi contemplada com a aprovação de projeto junto ao Ministério da Saúde. A unidade, cujas obras já foram iniciadas, terá o mesmo porte do de João Pessoa e prestará assistência ao município e região. Também no ano passado, um novo desenho da saúde pública começou a ser elaborado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) na Paraíba. De forma inédita, os 223 municípios foram reunidos em discussões regionais. Na pauta, a construção de um novo modelo de saúde, a começar pela realização de uma nova pactuação dos recursos do SUS, e a elaboração de um novo Plano Diretor de Regionalização (PDR). As primeiras discussões foram iniciadas em agosto do ano passado, quando da realização de uma série de quatro encontros regionais que reuniu os 223 secretários municipais de saúde.
“Conseguimos dar um norte a essas questões e acredito que o meu substituto deva prosseguir nesse caminho. Se tudo der certo como planejado, o modelo que vai advir desse processo deverá ficar pronto ainda este ano”, adiantou Reginaldo Tavares ao explicar que junto com ele será estabelecido um novo Plano Diretor de Regionalização (PDR) que descentralizará os serviços de alta complexidade, atualmente sob a gestão dos municípios de João Pessoa e Campina Grande, para as demais regiões do Estado.
Discurso denuncia crise de financiamento no setor Apesar do pouco tempo no comando da gestão da saúde estadual, Reginaldo Tavares conseguiu projetar seu discurso de que a saúde pública no
Brasil vive uma grave e grande crise de financiamento. No Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), ele fez coro à tese, lembrando que, no caso específico da Paraíba, atribuições que antes eram do Estado agora estão com os municípios, conforme distribuição dos recursos do SUS.
Reginaldo Tavares mostrou à opinião pública paraibana que a distribuição dos recursos do SUS favorecem mais aos municípios que o Estado. Apesar das crises geradas por ciúmes políticos, em face da candidatura de seu filho, Diego Tavares para deputado estadual, mesmo assim, o médico Reginaldo Tavares acredita que sua gestão à frente da Saúde conseguiu recuperar a pasta, ando-a novo fôlego que até então não tinha. Por outro lado, foi a responsável por sedimentar o processo seguro para o novo secretário consolidar a repactuação da saúde com os municípios.
