Vigilância

Clínicas que fazem peeling de fenol precisam ter equipamentos para socorrer pacientes; procedimento está suspenso pela Anvisa

O papel da Agevisa é saber se quem está fazendo o peeling tem como socorrer o paciente. Se não tem os equipamentos, tem que legalizar.

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Geraldo Moreira, diretor geral da Agevisa. (Foto: Clilson Júnior).

As clínicas que fazem peeling de fenol precisam ter equipamentos para socorrer pacientes. A informação foi repassada pelo diretor geral da Agência Estadual de Vigilância Sanitária da Paraíba (Agevisa-PB), Geraldo Moreira, no programa Arapuan Verdade desta quinta-feira (27). O procedimento está suspenso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde a morte de um paciente em São Paulo.

“O fenol é uma substância química utilizada dermatologicamente. Ela corrói toda a pele, provoca uma queimadura. O papel da Agevisa é saber se quem está fazendo o procedimento tem como socorrer o paciente. Se não tem os equipamentos, tem que legalizar. Na Paraíba, algumas clínicas usam, mas suspenderam com a determinação da Anvisa e determinação da Agevisa”, afirmou.

Geraldo Moreira destacou ainda que, assim que a empresa que produz o produto mostrar a eficácia, os contratempos e efeitos adversos que possa causar, ela será liberada, mas só a Anvisa tem o poder de liberação. “Enviamos nota técnica para todas as vigilâncias dos municípios”. Ele explicou que a Agevisa fiscaliza o estado e descentraliza este trabalho para os municípios.

A harmonização facial também é vista pelo diretor com preocupação. “É um problemão. Todo mundo quer ficar bonito, mas se faz aplicações invasivas. Não é uma profissional de estética que vai ter métodos para socorrer o paciente. Ela não está autorizada pelo CRM (Conselho Regional de Medicina) para fazer o procedimento invasivo”, alertou. 

Geraldo Moreira assegurou que a Agevisa tem como fiscalizar porque descentralizou o serviço para os municípios, que recebem recursos da Anvisa para ter o seu corpo técnico. “Temos 16 inspetores sanitários na Paraíba e o governo está revendo essa situação”.

O diretor abordou ainda a preocupação com a aplicação de botox, já que o número de pessoas que fazem curso e, em poucos dias, e abrem clínicas, tem crescido. “Cajazeiras é uma cidade onde surge de tudo. Dois meses atrás, fizemos uma apreensão de uma biomédica que estava fazendo clareamento vaginal e alongamento peniano. Para ela, a lei não permite porque são atos médicos. O CRM tem sido parceiro, o Ministério Público, a Polícia Civil. Tivemos que fechar o consultório junto com o Conselho de Biomedicina, com sede em Recife. Não é querer prejudicar alguém, mas evitar que alguém, num procedimento desse, possa chegar a óbito”.

Câmaras de bronzeamento artificial

Na última quarta-feira (26), a operação Brown Skin, que envolveu Ministério Público, Polícia Civil e Agevisa, apreendeu 19 máquinas irregulares. 

“Chegam inúmeras denúncias e nosso papel é procurar aliados para dar suporte e assumir o compromisso. Todos os locais foram acessados com determinação da Justiça. Fizemos apreensão de equipamentos. Eram 12 pontos e 19 máquinas”, relatou.

Somente na região de Oitizeiro, haviam cinco máquinas de bronzeamento feitas em casa. “A luz ultravioleta queima. Só é permitida a utilização dessa luz em tratamento recomendado por médico. Para bronzeamento não é permitido e traz prejuízo como queimaduras, câncer de pele. Ontem, essas máquinas foram recolhidas, Vão responder civil, criminalmente e sanitariamente. O papel da Agevisa é acompanhar, fiscalizar e cuidar da saúde pública”, concluiu o diretor. 

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