A Paraíba tem mais de 380 casos de vírus respiratórios, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB). No total, são 383 casos distribuídos em 98 municípios. Em entrevista ao programa Arapuan Verdade, como acompanhou o ClickPB, o infectologista Fernando Chagas afirmou que o número de casos surpreende. Ele ressaltou a importância da vacinação, que foi antecipada e terá início na próxima segunda-feira (18).
“Estamos vendo um aumento nesses casos de vírus respiratórios em todo o estado e isso nos traz também uma surpresa que é a detecção de vírus como o Influenza que causa a gripe”. Ele observou que existem três tipos dos quais as pessoas se protegem: a Influenza H1N1, H3N2 e a Influenza B.
“Esse vírus tem uma potencialidade de fazer com que as pessoas tenham a forma grave da doença respiratória. Não é à toa que acabamos por desenvolver e já temos, há alguns anos, a vacina contra esse vírus, por conta da chegada dele que, geralmente, se apresenta nos meses mais próximos ou durante o inverno que seria maio, junho, julho. E nós já estamos detectando casos da Influenza agora no mês de março”, destacou.
Por conta disso, o médico afirmou que a vacinação está sendo antecipada na Paraíba, o que também, provavelmente, deve estar acontecendo em outros estados porque estão detectando casos de Influenza antes do esperado.
Fernando Chagas verificou que já existe uma vacina completamente atualizada porque já havia sido detectado esse vírus em alguns países asiáticos e o Instituto Butantan trabalhou para produzir.
Vacina evita explosão de casos
“É importante que as pessoas se vacinem. Tem os grupos prioritários que serão divulgados, especialmente crianças, idosos e gestantes. Que se vacinem para que não aconteça o que nós vimos no ano passado, que foi uma explosão de casos de diferentes vírus respiratórios, principalmente entre metade de abril e início de maio. Não esperávamos aquilo, mas lotaram as UPAs e os hospitais. Foi uma situação muito difícil para todo o estado e para todo o país”, disse o infectologista.
Ele ressaltou que é preciso se antecipar e evitar que isso aconteça e frisou que quem estiver com sintomas respiratórios deve utilizar máscara para sair de casa e, assim, evitar passar o vírus adiante. Além disso, lembrar de lavar as mãos antes e depois das refeições e também após o uso do sanitário.
“Lembrando que temos um outro cenário, que é a dengue, aumentando o número de casos cada vez mais. Imagina a complicação que nós teríamos se tivéssemos uma explosão de casos aqui no estado, a doença febril pela dengue, e a doença gripal não só pela Influenza, como todos os outros vírus, tem o sincicial respiratório, covid-19, é uma salada perigosa e, infelizmente, precisamos lidar com isso”.
Quem está com sintomas de síndrome respiratória não pode tomar a vacina
Uma dúvida que sempre surge na população é se pode ou não tomar a vacina caso esteja com algum sintoma de síndromes gripais. De acordo com o infectologista Fernando Chagas, a resposta é não.
“Nós sempre orientamos a quem está com algum sintoma de vírus respiratório que espere pelo menos 30 dias para poder se vacinar, diferente da dengue, que já tem uma orientação diferente. Quem tem filhos entre 10 e 14 anos, se tiver dengue, tem que esperar seis meses para tomar a vacina”, explicou.
No caso das doenças respiratórias, principalmente a Influenza, é preciso esperar 30 dias e já pode tomar a vacina sem problema nenhum. Ele ressaltou que a vacina protege entre 14 a 15 dias após a aplicação e disse ainda que isso não impede que, necessariamente, a pessoa tenha a doença gripal. A vacina impede que evolua para a forma grave.
O médico orientou ainda que as pessoas devem evitar lugares com pessoas muito sintomáticas e também recomendou o uso da máscara, lavar as mãos, o que vale para todos, mesmo quem já foi vacinado.
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