Com a correria do dia a dia, requentar a comida da noite anterior tende a ser uma das melhores alternativas. No entanto, ainda que ajude a rotina a ficar mais prática, este hábito pode não ser tão benéfico à saúde.
Eleonora Galvão, nutricionista do Instituto Nutrindo Ideais, explica que tudo vai depender da forma em que o alimento é requentado.
“Desde que sejam seguidos certos cuidados para evitar a proliferação de bactérias e a degradação dos nutrientes, consumir alimentos requentados não apresenta grandes prejuízos à saúde. Porém, alguns dos prejuízos mais relevantes é a redução da densidade de nutrientes, pois o reaquecimento pode levar à perda de nutrientes sensíveis ao calor, como vitamina C e algumas vitaminas do complexo B. No entanto, outros nutrientes, como proteínas e minerais, são mais estáveis e não sofrem grandes perdas”.
Para além da possível perda de nutrientes sensíveis ao calor intenso, a nutricionista destaca outro risco: a oxidação de gorduras no alimento.
“Reaquecer alimentos ricos em gordura pode aumentar a oxidação lipídica, produzindo compostos que, em quantidades elevadas e consumidos a longo prazo, podem ser bem prejudiciais à saúde”.
Nutricionista diz quais alimentos que não devem ser requentados
Eleonora conta que certos alimentos não devem ser requentados devido ao possível risco de proliferação bacteriana ou de formação de compostos prejudiciais à saúde. Segundo ela, os principais são:
1 – Ovos
“O reaquecimento inadequado pode promover o crescimento de bactérias como Salmonella. Além disso, quando requentados, os ovos cozidos ou mexidos podem se deteriorar, levando a possíveis alterações na proteína que tendem a causar desconforto digestivo”.
2 – Frango
“Reaquecer frango várias vezes pode alterar a estrutura das proteínas, o que pode dificultar a digestão e causar desconforto intestinal. Além disso, se o frango não for reaquecido de maneira uniforme e a uma temperatura suficiente (acima de 74 °C), bactérias como Salmonella e Campylobacter podem proliferar”.
3 – Arroz
“O arroz cozido, se deixado em temperatura ambiente por muito tempo antes de ser refrigerado, pode desenvolver esporos de Bacillus cereus, uma bactéria que resiste ao calor e pode causar intoxicação alimentar. Reaquecer o arroz não destrói esses esporos, e pode aumentar o risco de contaminação”.
4 – Espinafre e Outros Vegetais Folhosos
“Vegetais como espinafre, acelga e alface contém níveis elevados de nitratos, que, quando reaquecidos, podem se converter em nitritos e nitrosaminas, compostos potencialmente cancerígenos”.
5 – Peixes e Frutos do Mar
“Reaquecer peixes e frutos-do-mar pode alterar a textura e o sabor. Além disso, se não armazenados ou reaquecidos adequadamente, há o risco de proliferação de bactérias como Vibrio e Listeria”.
Qual é a forma mais saudável de esquentar a comida?
Conforme a nutricionista, os meios mais saudáveis de esquentar a comida do dia anterior envolve aquecimentos a baixa temperatura, preferencialmente, por meio de banho-maria ou forno a vapor.
“Essas alternativas podem preservar ao máximo a textura dos alimentos. Evitam o superaquecimento e o ressecamento, e preservam os nutrientes dos alimentos”, finaliza a especialista.