glândula

Problema da tireoide afetam mais 700 milhões de pessoas no mundo

Diagnóstico precoce e tratamento adequado de problemas na tireoide permitem melhoria da qualidade de vida.

Problema da tireoide afetam mais 700 milhões de pessoas no mundo

Com um formato similar a uma borboleta, a tireoide é uma das maiores glândulas do corpo humano e funciona como um combustível do organismo, regulando funções de importantes órgãos, como o coração, rins, cérebro e fígado. Para conscientizar sobre a importância dos cuidados com essa glândula, foi criado o Dia Internacional da Tireoide (25 de maio).

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) apoia a iniciativa e conta com hospitais que oferecem atendimentos na área, assim como fomentam a pesquisa em prol de melhorias constantes no cuidado oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Especialistas trazem à tona as principais disfunções da tireoide, as opções de diagnóstico e tratamento disponíveis para uma melhor qualidade de vida.

A endocrinologista que atua no Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF), Flavia Macedo, explicou que a glândula se encontra na região anterior do pescoço e produz hormônios importantes para o bom funcionamento do organismo. “A função da tireoide é produzir os hormônios tireoidianos, como T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que são responsáveis pelo bom funcionamento do cérebro, intestino, coração, vasos sanguíneos, produção de energia e pelo metabolismo como um todo”, comentou.

Esses hormônios são fundamentais já no período intraútero, pois contribuem para a adequada formação do sistema nervoso central do feto.A especialista destacou que os principais problemas são as alterações na produção dos hormônios, que pode estar aumentada (hipertireoidismo) ou reduzida (hipotireoidismo), e as alterações na estrutura da glândula, como o surgimento de nódulos ou até mesmo câncer de tireoide.

“A prevalência das patologias é diferente. Cerca de 5% da população apresenta alteração na produção hormonal, mais comumente o hipotireoidismo, e cerca de 10% da população adulta apresenta nódulos tireoidianos palpáveis”, alertou Flavia.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 750 milhões de pessoas no mundo sofrem com algum problema da tireoide. Desses, cerca de 60% sequer sabem que possuem alguma patologia, por isso a relevância de ampliar a divulgação e fazer com que mais pessoas tenham acesso às informações sobre o tema.

O teste do pezinho é fundamental para casos de hipotireoidismo congênito

A médica endocrinologista do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD) e professora de Endocrinologia da UFGD, Natalia Gattass Ferreira, acrescentou que algumas pessoas podem nascer com hipotireoidismo, o chamado hipotireoidismo congênito, cuja prevalência é de aproximadamente 1 a cada 4.000 recém-nascidos. “Ele pode cursar com retardo mental e o teste do pezinho é fundamental para a sua detecção, permitindo o diagnóstico e tratamento precoce dessas crianças”, frisou.

Segundo ela, o hipotireoidismo e o hipertireoidismo podem ser diagnosticados através de exame de sangue com a dosagem plasmática do TSH e do T4 livre. Já os nódulos, são diagnosticados através da palpação da tireoide durante o exame físico na consulta médica. Nesses casos, o médico pode complementar a investigação solicitando uma ultrassonografia e exame de sangue para avaliar o funcionamento dela.

Nos casos de nódulos tireoidianos suspeitos para malignidade, Natalia relatou que pode ser solicitada a punção por agulha fina da tireoide para afastar ou confirmar o câncer. “Vale destacar que a maioria dos casos de câncer da tireoide possuem um curso lento e a cirurgia (com ou sem radioiodoterapia associada) costuma ser curativa”. O tratamento contribui para a qualidade de vida.

Tanto o hiper quanto o hipotireoidismo podem causar grande impacto na vida das pessoas, se não forem adequadamente diagnosticados e tratados. No primeiro caso, o metabolismo pode ficar mais lento e pode ocorrer ganho de peso, bradicardia (batimento cardíaco lento), déficit de memória, cansaço excessivo, sonolência, dores musculares e articulares, dislipidemia (gordura no sangue) e depressão. Já o hipertireoidismo pode se manifestar com insônia, agitação, irritabilidade, taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos), perda de peso, alteração menstrual, cansaço excessivo, e outros.

Médicos

Os tratamentos para problemas da tireoide variam conforme o tipo e a gravidade da condição. Entre as opções disponíveis, o cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital Universitário Alcides Carneiro, da Universidade Federal de Campina Grande (HUAC-UFCG), Uirá Coury, citou: medicamentos para regular a produção de hormônios tireoidianos; iodo radioativo (utilizado para tratar hipertireoidismo ao destruir parte da glândula tireoide; e como complementação para alguns casos de cânceres); cirurgia (indicada para casos de câncer de tireoide, bócio (popularmente chamado de papo) grande/compressivos/mergulhantes ou nódulos suspeitos); terapia com hormônios tireoidianos (após a remoção total ou parcial da tireoide, pode ser necessário fazer reposição hormonal); e ablação por radiofrequência (RAF).

Uirá comentou que em casos cirúrgicos, a remoção da glândula pode ser parcial, ou seja, apenas a retirada do lado doente, chamada de tireoidectomia parcial (uma das ¨asas da borboleta¨). “Quando é necessária a remoção total da tireoide (tireoidectomia total), o paciente precisa de reposição hormonal com levotiroxina para manter níveis adequados de hormônios tireoidianos no sangue e assegurar a qualidade de vida”.

HUs disponibilizam atendimento gratuito pelo SUS

Em Juiz de Fora, o HU-UFJF oferece dois ambulatórios específicos para doenças tireoidianas. Atende cerca de 100 pacientes, mensalmente, com alterações nessas glândulas. Eles vêm encaminhados da Atenção Primária.

No Mato Grosso do Sul, o HU-UFGD oferece atendimento ambulatorial em Endocrinologia. Os pacientes são referenciados via SISREG. O Hospital possui um ambulatório especializado em gestantes com endocrinopatias, que atende a toda a macrorregião de Dourados. Nesse ambulatório, gestantes com hipotireoidismo, hipertireoidismo, nódulos benignos e câncer de tireoide são seguidas de perto por uma endocrinologista e por residentes do Programa de Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia.

Lá em Campina Grande, o HUAC desenvolve tratamentos especializados e conta com uma equipe multidisciplinar, de endocrinologistas, cirurgiões de cabeça e pescoço, radiologistas, patologistas e oncologistas clínicos. Os atendimentos são feitos através de consultas ambulatoriais, exames de imagem e punções aspirativas por agulha fina (PAAF) para análise de nódulos e cirurgias, quando necessário.

Todos os hospitais citados desenvolvem estudos científicos na área, perpassando por temas que abordam sobre a prevalência das referidas patologias em suas unidades e no Brasil; assim como, sob aspectos que envolvem mulheres gestantes e doenças da tireoide; entre outros.

Sobre a Ebserh

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 42 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

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