Em meio à alta da Covid-19, o novo boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quarta-feira, destaca que o crescimento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) provocados pela doença chegou a todas as regiões do país. Mais precisamente, o aumento que havia sido identificado em 12 estados no último levantamento, da semana passada, é observado agora em 15 unidades da federação.
Em destaque, o relatório ressalta que Rio de Janeiro, São Paulo e Paraíba apresentam o aumento mais acentuado até o momento. A análise engloba os registros de SRAGs inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), do Ministério da Saúde, até o dia 21 de novembro.
“O estudo destaca que cada vez mais estados apontam para o aumento de casos graves de Covid-19, que começou a partir do final de outubro e início de novembro. Na tendência de longo prazo (últimas seis semanas), 15 das 27 unidades federativas estão com esse cenário. Esse sinal pode ser encontrado principalmente entre a população adulta e nas faixas etárias acima de 60 anos”, diz comunicado da Fiocruz sobre o novo boletim.
O pesquisador da Fundação Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, defende que a população dê uma maior atenção às medidas de proteção contra o novo coronavírus neste momento de alta da circulação do patógeno.
“Para diminuir a transmissão do vírus, é extremamente importante que a população retome o uso de máscaras adequadas em situações de maior exposição, como transporte público, locais fechados ou mal ventilados, aglomerações e nas unidades de saúde. Além disso, estar com a vacinação em dia é fundamental para diminuir o risco de agravamento da doença”, diz Gomes, no comunicado.
Casos de SRAG
Nas últimas quatro semanas, a prevalência dos casos de SRAG associados à Covid-19 chegou a 67,8% – um aumento em relação ao último boletim, que apontava 47%. Enquanto isso, 16,3% foram causados pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que causa bronquiolite em crianças; 6,2% foram associados ao Influenza A e 0,2% ao Influenza B – ambos causam a gripe.
Entre os óbitos, o percentual foi de 93,3% pelo Sars-CoV-2, vírus da Covid-19, 2% para Influenza A e 0,7% para VSR. Não houve um número de mortes significativo ligado ao Influenza B.