Saúde

[ESPECIAL] São José, o santo que faz chover e mantém a tradição da met

O sertanejo aguarda com ansiedade o dia 19 de março, e acredita que se chover nessa data, é porque São José irá garantir a presença da chuva o ano inteiro

O Estado da Paraíba e seus 223 municípios, possui 4,46% deles com o nome de São José, o santo que segundo a tradição, faz chover. São eles: São José da Lagoa Tapada, São José de Caiana, São José de Espinharas, São José de Piranhas, São José do Bonfim, São José do Brejo do Cruz, São José do Sabugi, São José dos Cordeiros, São José dos Ramos.

O culto do sertanejo a São José, segundo explica a antropologia, ciência que estuda o homem, faz parte de toda uma relação que ele tem com a natureza. E isso não ocorre somente com este santo. Há outras associações da vida diária do sertanejo remetidas ao extraordinário, práticas simbólicas de representação do que as pessoas vivem no dia-a-dia. O dia 19 de março é de devoção e festa para São José. Época do ano em que agricultores ficam apreensivos porque imaginam que uma data, 19 de março, será decisiva para determinar como serão seus próximos doze meses: se vai chover para ele plantar e colher ou se vai ser um ano seco.

Tradição Popular – Embora esse saber não seja considerado pela ciência como verdadeiro, ele é similar ao saber científico. Para o sertanejo, o conhecimento prático é o verdadeiro. Ele faz a leitura do universo, a partir do conhecimento cotidiano sem as bases colocadas pela ciência. Não se pode desprezar essa possibilidade de verificação e explicação do universo retiradas do dia-a-dia do homem do campo. Tal como os meteorologistas que fazem suas previsões através da leitura das condições atmosféricas, da temperatura da superfície dos oceanos, condições dos ventos e outros fenômenos naturais, o sertanejo tem seus métodos próprios para fazer a previsão do tempo.

Se os cientistas fazem cálculos, medem e comparam parâmetros meteorológicos, o agricultor observa o céu, as nuvens, as estrelas. Faz análises do comportamento dos animais, das aves, da vegetação para fazer suas projeções sobre o clima. A relação que o agricultor nordestino faz entre as chuvas e o dia de São José, é baseada nas observações diárias, e é no mês de março, geralmente, que começa o período de chuvas mais fortes na região Nordeste. Através dessa leitura cotidiana ele faz suas projeções de plantio e colheita.

Por exemplo, plantando em março, ele sabe que deverá colher em junho, mês reverenciado a outros santos, Santo Antônio, São João e São Pedro. Todos, de alguma forma, ligados à fertilidade. O primeiro é o santo casamenteiro, o segundo, da colheita de junho, e o terceiro, das águas. As festas juninas são rituais, comemorações de colheitas. A relação de haver um santo para datas significativas, o culto aos santos, faz parte do processo histórico do catolicismo, através de práticas individuais (a devoção particular) e coletivas, a devoção a padroeiros.

Ad petendam pluviam – É na flora e na fauna que o homem do campo vai buscar elementos para suas práticas mágicas, terapêutica popular, cuja transmissão vem-se dando através das gerações. Estando em contato direto com a terra, com o seu tamanho e aproveitamento, as necessidades de chuva ou de sol, muitas vezes têm fundamental importância para sua própria sobrevivência ou bem-estar coletivo. Ele desenvolve seus conhecimentos também através da observação. Desde cedo se iniciam na observação das fases da lua e dos fenômenos atmosféricos. Procuram então dominá-los, daí praticarem formas mágicas para chamar ou afastar chuva, elegem um santo católico romano como o supremo interventor nos fenômenos meteorológicos. É a meteorologia popular brasileira.

O culto a São José – Começou provavelmente no Egito, passando mais tarde para o Ocidente, onde hoje alcança grande popularidade. Em 1870, o papa Pio IX o proclamou “O Patrono da Igreja Universal” e, a partir de então, passou a ser cultuado no dia 19 de março. Descendente de Davi, São José era carpinteiro na Galiléia e comprometido com Maria. Segundo a tradição popular, a mão de Maria era aspirada por muitos pretendentes, porém, foi a José que ela foi concedida.

Quando Maria recebeu a anunciação do anjo Gabriel de que daria à luz ao Menino Jesus, José ficou bastante confuso porque apesar de não ter tomado parte na gravidez, confiava na fidelidade dela. Resolveu, então, terminar o noivado e deixá-la secretamente, sem comentar nada com ninguém. Porém, em um sonho, um anjo lhe apareceu e contou que o Menino era Filho de Deus e que ele deveria manter o casamento. José esteve ao lado de Maria em todos os momentos, principalmente na hora do parto, que aconteceu em um estábulo, em Belém.

Quando Jesus tinha dois anos, José foi novamente avisado por um anjo que deveria fugir de Belém para o Egito, porque todas as crianças do sexo masculino estavam sendo exterminadas, por ordem de Herodes. José, Maria e Jesus fugiram para o Egito e permaneceram lá até que um anjo avisasse da morte de Herodes. Temendo um sucessor do tirano, José levou a família para Nazaré, uma cidade da Galiléia. Outro momento da vida de Cristo em que José aparece na condição de seu guardião foi na celebração da Páscoa Judaica, em Jerusalém, quando Jesus tinha 12 anos.

Apesar da grande importância de José na vida de Jesus Cristo não há referências da data de sua morte. Acredita-se que José tenha morrido antes da crucificação de Cristo, quando este tinha 30 anos.

Chuvas na Paraíba – A Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA) realizou estudos que prevêm o clima até o próximo mês de maio, período que representa a época mais favorável à ocorrência de chuvas nas regiões do Sertão, Cariri e Curimataú da Paraíba, popularmente conhecida por inverno. Neste período, os principais sistemas causadores de chuvas são os Vórtices Ciclônicos em Ar Superior e a Zona de Convergência Intertropical. O quadrimestre que compreende os meses de fevereiro,Lmarço, abril e maio, segundo a AESA, estima uma variação de precipitação de chuvas no Sertão paraibano, variando entre 500 mm e 800 mm. Já nas regiões do Cariri e Curimataú, deverá haver um predomínio de totais de chuvas inferiores a 400 mm.

O regime pluviométrico no Estado da Paraíba é caracterizado por apresentar, nestas regiões, uma alta variabilidade espacial e temporal das chuvas, o que é afetado diretamente pela alta variabilidade dos sistemas meteorológicos atuantes na região que condicionam a ocorrência da precipitação em todo o Estado. Já no setor Leste do Estado, regiões do Agreste, Brejo e Litoral os totais do período oscilam historicamente em média de 400 a 1000 mm, neste período. A previsão de chuvas até abril para a região do Semi-Árido, de acordo com as análises efetuadas nas reuniões de dezembro e janeiro e em conformidade com a atual situação oceânica e atmosférica, é que as chuvas sobre as regiões do Sertão, Cariri e Curimataú da Paraíba, no período de fevereiro a maio, ocorram com valores próximos a normal climatológica – chuvas próximas à média histórica – porém com grande variabilidade temporal e espacial.

Atualmente, a AESA monitora 255 postos pluviométricos em todo o Estado da Paraíba. Diariamente, os observadores dos postos enviam dados das chuvas registradas nos pluviômetros instalados em cada posto, no período das 07:00h do dia anterior às 07:00h do dia atual. A partir destes dados, são divulgados os Boletins Diário e Semanal de Chuva, este último sendo divulgado sempre na segunda-feira de cada semana. Ao final do mês, os observadores enviam cadernetas com os dados considerados oficiais, divulgados através dos Boletins Mensal e Anual, este último com as chuvas acumuladas no ano todo.

Previsões – Segundo previsões (www.climatempo.com.br), em praticamente todo o Nordeste o sol aparece com força e faz calor neste domingo, 19 de março. A massa de ar seco e quente deixa o tempo firme em praticamente todo o interior e no norte da Bahia, no sertão, no agreste e também no litoral entre Pernambuco e o Rio Grande do Norte. Chove de forma isolada nas demais localidades da Região. No norte do Maranhão a nebulosidade aumenta bastante devido a aproximação de áreas de instabilidade que vêm do Oceano.

O outono, período compreendido entre 21 de março e 20 de junho, começa logo depois do Dia de São José. Na Paraíba, a previsão é que o dia 19 de março, um domingo, seja de sol e nebulosidade variada, sem previsão de chuva (00%), com a temperatura variando entre 25 e 33 graus. O monitoramento das chuvas nos municípios paraibanos no último dia 17 de março, sexta-feira, registrou os seguintes índices:


 



































































Posto


Total


Bonito de Santa Fé


0.0


Cajazeiras


0.0


Campina Grande/EMBRAPA


0.3


Catolé do Rocha


0.0


Coremas/Açude Coremas


0.0


Desterro


27.0


Diamante


0.0


Itabaiana


0.0


Itaporanga


0.0


Itatuba


0.3


Jacaraú


1.7


Juarez Távora


4.4


Manaíra


6.0


Monte Horebe


1.8


Pilões


3.8


Pombal


1.2


Princesa Isabel


5.0


Puxinanã


3.6


Serra Branca


0.0


Serra da Raiz


4.1







Lilla Ferreira, com pesquisa na Internet
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