Saúde

Dieta de baixa caloria não garante emagrecimento

Ninguém está sugerindo uma alimentação desregrada mas, por uma questão de sobrevivência, quanto menos calorias o corpo recebe, mais reservas ele faz. Ou seja, m

RIO – Quer emagrecer de vez? Então coma. Os fanáticos por dietas, principalmente as mais radicais, podem não chegar ao fim deste texto, mas, provavelmente terão mais dificuldades para alcançar o peso ideal. Ninguém está sugerindo uma alimentação desregrada mas, por uma questão de sobrevivência, quanto menos calorias o corpo recebe, mais reservas ele faz. Ou seja, mesmo com as rígidas restrições alimentares, você pode parar de emagrecer.

– O corpo entende que você não está comendo, então não vai gastar – afirma o nutrólogo Alexandre Merheb.

A nutricionista Fabiana Casé, da Clínica Terapêutica Harmonya, explica que, com uma dieta longa de baixa caloria, o metabolismo desacelera e a perda de peso parece imperceptível:

– Devemos voltar a comer mais e parar com as dietas de baixas calorias. Deve ser rica em fibras, com horários regulares e intervalos entre as refeições curtos, sempre acompanhada de exercícios físicos.

Segundo ela, as dietas saudáveis que incluem uma reeducação alimentar não estacionam.

– Mas a perda de peso é mais lenta – admite.

Outro fator que deve ser levado em consideração é o limite de emagrecer, com saúde, que o próprio corpo tem, o que nem sempre é o mesmo que a pessoa quer.

– Quando o peso de uma pessoa chega dentro do considerado saudável, o próprio corpo tende a diminuir a perda de peso gordo porque para ele existe um limite, ou seja, temos uma quantidade ideal de gordura que é saudável e nem sempre é o que a pessoa deseja – explica a nutricionista.

Para que a balança não estacione, o ideal, segundo Merheb, é fazer um tratamento nutricional alternado para evitar que a situação de defesa do organismo, de baixo gasto calórico, se instale. Ele sugere uma dieta mais agressiva por um período de dez dias, seguida de 20 dias de uma alimentação equilibrada, mas menos radical:

– O organismo vai continuar a se defender, mas de uma forma mais suave. É uma boa opção para impedir esse mecanismo.

Na primeira fase, os carboidratos podem ser abolidos das refeições. Já na segunda, alguns deles devem voltar para o prato.

Para que esta matemática realmente funcione, não adianta fechar a boca por dez dias, nem chutar o balde nos outos.

– A dieta tem que ser menos agressiva, mas tem que continuar sendo dieta. Essa fase mais costuma não ter resultados concretos de emagrecimento, mas, pode não só evitar que se instale o mecanismo de economia energética como recuperar e reverter o pouco que já tenha acontecido.

Enquanto os mais gulosos vão contar os segundos para os dias mais leves da dieta, os mais preguiçosos vão torcer pelos de alimentação mais restrita.

– Neste período, não é recomendada uma atividade física exaustiva – diz.

Com exercícios associados a uma alimentação mais leve, o organismo recupera o poder de queima.

As mulheres que sempre reclamam que os homens perdem peso mais rápido do que elas, deveriam rever seus conceitos.

– Isso só acontece porque as mulheres vivem de dieta a vida inteira. O organismo já conhece o caminho das pedras – diz o especialista.

Encarar algumas tarefas diárias de forma diferente também contribui para a perda de peso.

– As pessoas devem aumentar o gasto calórico por meio de exercícios físicos e atráves de atividades rotineiras, como subir escada e caminhar mais – recomenda Fabiana.

Com os anos, a tendência é que seja cada vez mais difícil manter o ponteiro da balança em movimento, principalmente a partir dos 40 anos.

– A partir desta idade, a reserva se torna mais importante para o organismo – afirma Mehreb.

Não é uma questão de restringir certos alimentos, nem de incluir outros na dieta. A questão maior é o equilíbrio, driblar o organismo para que ele não perceba que você quer gastar o que não tem:

– A mudança nos hábitos sempre irá favorecer o emagrecimento. No entanto, a inclusão de alimentos com mais fibras já pode ser uma ajuda. Além disso, alimentos ricos em cálcio parecem aumentar o metabolismo.

A dieta do carboidrato pretende evitar esta reação de defesa do organismo. Dietas radicais deseducam o organismo. E este é um problema muito mais difícil de resolver do que uns quilinhos extras.

– Elas funcionam num primeiro momento, mas uma dieta que segue um caminho só faz com que a balança estacione. Comendo, você regula o organismo, que volta a funcionar normalmente.

– O problema é que as pessoas não pensam em um programa de emagrecimento,elas são imediatistas. Pensam em emagrecer para entrarar numa roupa de casamento.

Se ainda dá tempo de entrar em forma de um jeito saudável para o verão ele diz:

– Pode ser que não dê em novembro, mas para janeiro e fevereiro dá. Ainda dá tempo, quanto mais cedo tomar uma atitude melhor. 

Fonte: O Globo

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