Em função do descaso da Prefeitura de Sapé, o Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM) propôs a interdição total do Hospital Municipal Sá Andrade, o único hospital da cidade de Sapé, a 55 km de João Pessoa. O hospital é de responsabilidade da Prefeitura de Sapé. A unidade hospitalar, inclusive, nem funciona mais como hospital, uma vez que a Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa) já proibiu as internações e cirurgias. O hospital está funcionando apenas como uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), sem internações. Quando o paciente precisa de internação, são encaminhados para Santa Rita ou João Pessoa.
“Fora esse problema, na sala vermelha está faltando equipamentos, medicamentos, e a sala amarela está totalmente vazia ainda, não estão usando a sala amarela”, informou o conselheiro do CRM, Eurípedes Mendonça.
A proibição de internações e cirurgias foi uma medida adotada ainda em 2012, mas até hoje a situação não foi regularizada. Na época, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) constatou irregularidades graves nos procedimentos de esterilização de materiais e higiene. “A gente está indo lá quase todo ano e a situação não se resolve”, disse Eurípedes.
O caso é objeto de ação civil pública impetrada pelo MPPB. Segundo Eurípedes, a inspeção realizada em dezembro de 2017 já foi uma determinação judicial em atendimento à ação do órgão ministerial.
O médico Eurípedes Mendonça disse que o relatório da inspeção será apreciado pela Presidência do CRM, a quem compete autorizar a interdição solicitada pela fiscalização.
Mais de 50 mil pessoas vivem em Sapé e o município possui 41 estabelecimentos de saúde, públicos e privados, cadastrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (Cnes).