Saúde

Derrame é maior causa de morte entre as mulheres

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Um estudo feito nas capitais brasileiras e no Distrito Federal mostra que o acidente vascular cerebral, conhecido como derrame, é a principal causa de morte entre mulheres com idade entre 10 e 49 anos. Em seguida, vêm as mortes por aids e, no terceiro posto, o homicídio.

O trabalho, conduzido pelo professor da Faculdade de Saúde Pública Rui Laurenti e financiado pelo Ministério da Saúde, foi apresentado ontem durante cerimônia pelo Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, comemorado domingo.

Para o professor, os números revelam que o combate à hipertensão deve ser eleito como item prioritário para a saúde da mulher. O problema, batizado pelos médicos de “mal silencioso”, está relacionado a cerca de 60% das mortes de mulheres em idade fértil.

O relatório apresentado por Laurenti ontem mostra que mortes causadas durante e após o parto não figuram entre as dez primeiras causas. E estão bem abaixo das estatísticas apresentadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Pelas nossas contas, a taxa é de 54 por 100 mil nascidos vivos. É um número alto, muito ruim, porque a maioria poderia ser evitada. Mas está bem distante da tragédia apontada pela OMS”, afirmou.

Outro mito derrubado foi o número de mortes ocorridas em decorrência do aborto. “Este é outro problema grave, sem dúvida. Mas as mortes estão longe das 500 mil anuais que algumas pessoas insistem em dizer. Se o número fosse real, a população feminina estaria extinta.”

Segundo o professor, os abortos respondem por 11,4% das mortes relacionadas à gestação e ao parto. Para o epidemiologista, a proporção leva a acreditar que as condições em que o aborto hoje é realizado no País melhoraram.

Cesárea Versus Parto Normal – Além da apresentação da pesquisa, o Ministério da Saúde aproveitou a cerimônia de ontem para lançar uma campanha pelo parto humanizado. A idéia é tentar reduzir os índices de cesárea realizados no País, extremamente altos para padrões mundiais.

Pelos cálculos do ministério, 41,8% dos nascimentos são feitos por cesárea. Quando se analisam apenas os atendimentos feitos em planos de saúde, a porcentagem supera os 80%. “Vamos tentar esclarecer para a mulher o seu direito de fazer o parto normal”, afirmou o ministro da Saúde, Agenor Alvares. No caso de planos de saúde, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deverá fazer um plano para incentivar também os partos normais.

Uma das estratégias para reduzir a cesárea é ampliar a remuneração feita para o parto normal, no serviço público de saúde. Hoje, o repasse para os dois procedimentos é semelhante: R$ 400.

Há a intenção para que esse aumento seja dado ainda neste ano. A proposta esbarra, no entanto, em problemas de orçamento.

O ministério lançou também a Agenda da Mulher, com espaço para anotações de atendimentos médicos, resultados de exames e problemas apresentados pela mulher ao longo da vida.

Fonte: Estadão

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