Saúde

Cadeias de fast food destróem Amazônia, diz ‘Guardian’

O jornal britânico The Guardian traz nesta quinta-feira uma reportagem em que traça a relação entre o desmatamento da Amazônia e o abastecimento de redes de fas

De acordo com a pesquisa, produzida por cientistas associados à organização ambientalista Greenpeace ao longo de seis anos, “um punhado das maiores empresas de alimentação e comerciantes de alimentos, entre eles o McDonald’s britânico, estão conduzindo a destruição rápida e ilegal da floresta amazônica”.

O principal acusado na reportagem do Guardian é a gigante americana da agricultura Cargill, com um faturamento anual de US$ 700 bilhões.

“Ela fornece sementes e agrotóxicos aos fazendeiros para que plantem centenas de milhares de toneladas de grãos por ano, que então são exportados, principalmente de Santarém, para Liverpool e outros portos europeus.”

Baseando-se em fotografias de satélite e registros do governo brasileiro, os pesquisadores do Greenpeace afirmam ter verificado que, quando a Cargill anunciou planos de construir dois silos de grãos, um terminal de US$ 20 milhões e um porto particular, o desflorestamento deu um salto.

“As imagens de satélite mostram que em dois anos as taxas de desmatamento dobraram para 28 mil hectares por ano, os preços da terra dispararam e a soja se popularizou com a chegada de fazendeiros provenientes de várias partes do Brasil”, diz o Guardian.

Populismo na AL

O também britânico Financial Times afirma nesta quinta-feira que “o compromisso com políticas monetárias e fiscais conservadoras” pode começar a parecer “mais frágil” com a demissão do ministro Antônio Palocci.

Um analista entrevistado pelo diário afirma que “será cada vez mais difícil” ao Brasil resistir ao populismo em um ano de eleições em que o governo Lula.

“Principalmente porque o país cresceu apenas 2% por ano desde a eleição dele em 2002”, diz o jornal.

A reportagem afirma, entretanto, que as agências de avaliação de risco vêm dando mais e mais credibilidade aos países latino-americanos e afirma que o Brasil, “que estava à beira da falência em 2002, pode ganhar uma avaliação de nível de investimento em um ou dois anos”.

Mas o diário afirma que “vários sinais” indicam que os governos de esquerda da região estão sendo “atraídos para uma falsa sensação de segurança sobre as suas economias e não estão realizando as reformas estruturais necessárias”.

No caso do Brasil, o FT cita a reforma da previdência social como um dos casos em que o governo “perdeu o passo”.

Apesar disso, o jornal conclui que os investidores internacionais não estão se assustando com “a marcha dos populistas latino-americanos” afirmando que “o mercado está determinado a ver qualquer sinal de fraqueza como uma oportunidade de compra”.

FHC

Nos Estados Unidos, o jornal financeiro Wall Street Journal traz uma resenha do livro “The Accidental President of Brazil”, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com co-autoria de Brian Winter.

De acordo com a resenhista Mary Anastasia O’Grady, “ao contar a sua própria história, Cardoso acidentalmente ajuda a explicar parte das dificuldades do Brasil: a sua falta de uma tradição liberal, inclusive de um governo limitado”.

Ao comentar os trabalhos acadêmicos de FHC nas décadas de 60 e 70, a jornalista destaca que “nem Cardoso nem a maior parte dos seus compatriotas na época, e em muitos casos desde então, reconhecia a relação entre liberdade econômica e prosperidade”.

A repórter do WSJ compara o ex-presidente brasileiro ao personagem de Peter Sellers – que encontra o sucesso por acaso – em Muito Além do Jardim, mas faz a ressalva:

“Ele merece um crédito enorme, e não é só pela honestidade intelectual que o permitiu abandonar ideais coletivistas enquanto o mundo mudava.”

Fonte: BBC Brasil

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