Em nota

Associação e Sindicato dos Médicos da Paraíba recomendam fim da obrigatoriedade do uso de máscaras e revogação do ‘passaporte da vacina’

A AMB-PB e o SIMED-PB apontaram que a "cobertura vacinal da Paraíba é a terceira maior do Brasil e já atinge a meta previamente estabelecida de 90% da população adulta com duas doses".

Associação e Sindicato dos Médicos da Paraíba recomendam fim da obrigatoriedade do uso de máscaras e revogação do 'passaporte da vacina'

Foto: Pixabay/Ilustrativa

A Associação Médica da Paraíba (AMB-PB) e o Sindicato dos Médicos (SIMED – PB) recomendaram o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção, revogação do ‘passaporte da vacina’ contra Covid-19 e da exigência de cartão vacinal nas escolas para fins de matrícula. Em nota técnica, a AMB-PB e o SIMED-PB apontaram que a “cobertura vacinal da Paraíba é a terceira maior do Brasil e já atinge a meta previamente estabelecida de 90% da população adulta com duas doses”.

Ainda segundo a nota, conforme apurou o ClickPB, as entidades afirmam que “o nível de ocupação da rede hospitalar do Estado é o menor da história da pandemia, aproximando-se de 10% na rede pública e de zero na particular”. Outra questão levantada é que “os dados epidemiológicos oficiais atualizados mostram controle da pandemia uniforme na Paraíba, com significativa, constante e persistente queda na proporção de testes positivos, no número de casos e de óbitos nas últimas seis semanas”.

Entre as recomendações, está a de que “as autoridades competentes prossigam de imediato com a flexibilização da obrigatoriedade do uso de máscaras ao ar livre para toda a população e para crianças de até 12 anos em qualquer ambiente, inclusive nas escolas, mantendo a recomendação de uso, em caráter opcional, para grupos de indivíduos mais suscetíveis, como por exemplo idosos ou portadores de comorbidades de risco.”

Entre outros pontos, SIMED-PB E AMB-PB pedem o fim do estado de calamidade pública e a cobrança de ‘passaporte da vacina’ somente em “condições especiais de aglomeração, com maior risco de contaminação em massa, como eventos com mais de 500 pessoas.”

Confira a nota técnica na íntegra

NOTA TÉCNICA CONJUNTA

AMB-PB

SINDICATO DOS MÉDICOS – PB

A Associação Médica da Paraíba (AMB – PB) e o Sindicato dos Médicos (SIMED – PB), diante dos recentes embates e administrativos e jurídicos envolvendo o executivo municipal e estadual, Ministério Público e Justiça do Estado acerca das medidas de contenção da COVID-19, vem a público expor sua análise técnica do tema, no que concerne aos fatos e dados de saúde em geral e medicina, para, com base neles, tecer suas recomendações conjuntas ao público e autoridades competentes.

Considerando que:

a) A cobertura vacinal da Paraíba é a terceira maior do Brasil e já atinge a meta previamente estabelecida de 90% da população adulta com duas doses.

b) O nível de ocupação da rede hospitalar do Estado é o menor da história da pandemia, aproximando-se de 10% na rede pública e de zero na particular.

c) Os dados epidemiológicos oficiais atualizados mostram controle da pandemia uniforme na Paraíba, com significativa, constante e persistente queda na proporção de testes positivos, no número de casos e de óbitos nas últimas seis semanas, encontrando-se estes parâmetros consideravelmente menores do que em toda a média histórica, desde 2019.

d) Os dados não diferem – e na maioria das comparações são ainda mais satisfatórios do que muitos dos demais estados da federação, inclusive que vários que já adotaram medidas sanitárias mais flexíveis, alguns deles desde o ano passado e que, por fim, nenhum destes últimos mostrou registros de recrudescimento dos dados epidemiológicos.

e) Que as secretarias de saúde determinaram a interrupção do pagamento da gratificação especial aos profissionais médicos que dão assistências aos pacientes  com COVID-19, conforme constatado pelo SIMED-PB.

Recomendamos:

1. Que as autoridades competentes prossigam de imediato com a flexibilização da obrigatoriedade do uso de máscaras ao ar livre para toda a população e para crianças de até 12 anos em qualquer ambiente, inclusive nas escolas, mantendo a recomendação de uso, em caráter opcional, para grupos de indivíduos mais suscetíveis, como por exemplo idosos ou portadores de comorbidades de risco.  

2. Revogar de imediato a exigência do cartão vacinal de crianças e adolescentes por parte das escolas e demais instituições de ensino, seja para efetivação da matrícula ou de qualquer outra atividade do(a) aluno(a), bem quaisquer outras imposições a eles de restrição ou obrigatoriedade por conta de vacinas não incluídas no Plano Nacional de Imunização (PNI).

3. Imediata revogação da Lei Estadual 12.083/2021, que institui o passaporte vacinal, posto que, pelas evidências expostas, não se trata de um meio cientificamente acurado para triar indivíduos quanto ao potencial de transmissibilidade da COVID-19.

4. Que dentro de 14 dias, não havendo piora das condições epidemiológicas:

a. Tornar universalmente opcional o uso das máscara no Estado, em todos os seus municípios,

b. Restringir a cobrança do passaporte vacinal (ou testes RT-PCR de até 48 horas) exclusivamente para condições especiais de aglomeração, com maior risco de contaminação em massa, como eventos com mais de 500 pessoas.

5. Decretar o fim do estado de calamidade pública no Estado e municípios.

6. Estruturar comitês científicos consultores para o Estado e para cada município, com pelo menos um representante indicado pelo CRM-PB, um pela AMB-PB, outro pelo SIMED-PB e um quarto representante da comunidade científica acadêmica, preferencialmente médico pesquisador de Universidade Pública, para que se juntem aos representantes dos respectivos poderes executivos, do poder legislativo e da justiça, com o objetivo de discutir, reavaliar e readequar constantemente as estratégias e ações de combate à COVID-19 sob o manto de evidências científicas atualizadas, otimizando sua efetividade e minimizando potenciais danos individuais e populacionais delas consequentes, tanto os de natureza médica, quanto social, psicológica e econômica.


João Pessoa, 06 de Abril de 2022.

DR. Ronald de Lucena Farias

Presidente da Associação Médica da Paraíba


DR. Marnio Costa

Presidente do Sindicato dos Médicos da Paraíba

COMPARTILHE

Bombando em Saúde

1

Saúde

Tristeza de fim de ano: 5 fatores que causam e como lidar com eles

2

Saúde

Jovem morre com suspeita de meningite bacteriana no Sul

3

Saúde

Filhos do meio são mais agradáveis, humildes e honestos do que os irmãos, diz estudo

4

Saúde

Primeiro concorrente nacional do Ozempic tem produção aprovada pela Anvisa

5

Saúde

Central de Transplantes da Paraíba registra 49ª doação de múltiplos órgãos do ano