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Após morte de paciente em João Pessoa, médico explica que relação entre covid-19 e mucormicose ainda é estudada

Infectologista explicou o que é o fungo e por que é importante evitar contrair a covid-19.

Após morte de paciente em João Pessoa, médico explica que relação entre covid-19 e mucormicose ainda é estudada

Paciente estava internada no HU de João Pessoa e morreu no dia 13 de maio — Foto:Walla Santos/ClickPB

O infectologista Francisco Bernardino afirmou que uma possível relação entre a covid-19 e a mucormicose, doença também conhecida como ‘fungo negro’, ainda está sendo estudada. O médico atua no Hospital Universitário de João Pessoa, onde uma paciente que tinha covid-19 morreu vítima do fungo no dia 13 de maio. O caso foi divulgado nesta segunda-feira (7).

Em entrevista ao ClickPB, Francisco Bernardino explicou que mucormicose é uma doença causada por fungos da ordem Mocurales, que estão presentes no meio ambiente, principalmente no solo e em matéria orgânica em decomposição. A doença atinge pessoas que têm algum tipo de imunodepressão, como diabéticos, transplantados ou pessoas que fazem uso constante de corticóides. Quem está com o sistema imunológico normal, não precisa se preocupar.

Como a paciente que faleceu no hospital era diabética, o médico acredita que o fato dela ter contraído mucormicose pode ter sido coincidência e não estar relacionado à covid-19. ”A gente ainda não pode afirmar 100% que a relação existe, está sendo estudada a possibilidade”, comentou. Francisco Bernardino também avaliou que é possível que o paciente já tenha uma predisposição para a mucormicose antes de contrair a covid-19.

Embora seja uma doença infecciosa, a mucormicose não é contagiosa, mas é bastante agressiva e acaba levando o paciente à morte em mais da metade dos casos. ”Toda doença em paciente imunodeprimido é agressiva, porque não é só a doença, é o estado do sistema imunológico do paciente que também aumenta a gravidade”, esclareceu o infectologista.

Mesmo entre os pacientes que sobrevivem à doença, muitas vezes são necessárias cirurgias para extrair partes do corpo infectadas, como por exemplo os olhos.

De acordo com o médico, a melhor maneira de evitar a mucormicose e suas complicações é cuidar da doença que causa a imunossupressão. Pessoas que estão com o diabetes controlado, por exemplo, não devem ter problemas. Além disso, é importante evitar ao máximo contrair a covid-19, pois essa doença pode causar complicações nessas pessoas, independente do fungo.

”Uso de máscara, distanciamento social, higiene das mãos”, citou o médico sobre as formas de prevenir a covid-19.

Mucormicose no mundo – O caso ocorrido no HU foi o primeiro relatado na Paraíba de um paciente que teve mucormicose e covid-19. Alguns outros casos já ocorreram em outros estados. Chama a atenção a situação da Índia, onde o fungo já foi detectado em 9 mil pacientes de covid-19. Foi a partir desses registros que especialistas começaram a investigar uma possível relação entre as duas doenças.

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