O deputado Arthur Cunha Lima (PSDB) está próximo de consolidar sua eleição à presidência da Assembléia Legislativa do Estado. Ele conseguiu o apoio da bancada de sustentação do governo, do qual é o atual líder e costura a unidade em torno de sua candidatura. No momento, a atenção de Arthur está voltada à questão política, mas promete se ater aos assuntos administrativos quando fechar a união de oposição e situação. Pelo menos no âmbito da disputa pela sucessão do presidente Rômulo Gouveia (PSDB), que em 1º de fevereiro assume o mandato de deputado federal.
A oposição, no entanto, não é o único problema para Arthur. O deputado Ricardo Marcelo (PSDB), seu colega de bancada, ainda não desistiu da candidatura. “Estamos conversando e haveremos de chegar a um denominador comum”, afirmou Cunha Lima. Ele comemora a adesão do deputado Flaviano Quinto (PMDB), um reforço importante na campanha do tucano. “Sem dúvida, porque Quinto irá trabalhar em meio à bancada do seu partido em torno do meu nome”, enfatizou.
Arthur está consciente de que o momento é político, mas a administração já faz parte dos seus planos e metas. “Pretendemos ampliar o prédio-sede da Assembléia Legislativa”, projetou. Mas entre uma conversa e outra, o assunto político aparece em primeiro plano e confessa ser defensor de uma composição eclética da Mesa Diretora.
Prova disso, é que já fala no PMDB ocupar o espaço na futura composição da Mesa Diretora com três cargos. A briga política está sendo deixada de lado. “Pelo menos, neste momento, devemos esquecer as querelas políticas”, destacou.
ENTREVISTA
Deputado, o senhor se considera favorito na disputa pela presidência da Assembléia Legislativa?
Nós estamos construindo a unidade, que resulte na minha eleição para a presidência do Poder Legislativo do Estado em fevereiro. Estamos buscando o consenso entre os deputados, inclusive da bancada de oposição e, depois, começaremos a discutir as ações administrativas.
E agora?
Agora, a discussão é política. Quando começamos a pensar no projeto da sucessão do deputado Rômulo Gouveia (atual presidente e futuro deputado federal), nós analisamos qual seria o caminho mais curto. Fui buscar o apoio dos meus colegas de bancada e já estamos trabalhando, também, o apoio da oposição, neste momento com o apoio do deputado Flaviano Quinto, que me assegurou uma ajuda na relação na tentativa de construir a unidade com a participação do PMDB.
Mas, o PMDB pretende ocupar cargos na mesa e não se contenta com pouca coisa…
Claro. É normal que entenda dessa forma, mas é um assunto que pretendemos conversar, mas estamos optando por um diálogo onde as querelas políticas sejam colocadas em segundo plano. Nós contamos com Quinto que nos dará uma grande contribuição. Portanto, neste momento precisamos de cautela para não atrapalhar o processo.
E quais os cargos na Mesa que estão sendo guardados para a oposição?
Não pretendemos atropelar o processo de diálogo que estamos mantendo, que continuamos discutindo com os deputados de nossa própria bancada. Existe uma questão que precisamos fechar, que é conquistar o apoio do deputado Ricardo Marcelo, um valoroso companheiro. Então, temos alguns dias para resolver esse problema até o dia da eleição.
Não há a possibilidade do deputado Ricardo Marcelo receber o apoio da oposição, que afirma ter 16 votos?
Não trabalhamos com essa hipótese e entendo que estamos indo no caminho certo, construindo a unidade e buscando o consenso entre as bancadas, da mesma forma que consegui o apoio dos companheiros, inclusive da oposição para a minha indicação por duas vezes consecutivas para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Agora, o jogo é de paciência.
Como o senhor acha que adversários políticos, como a deputada Olenka Maranhão, verão sua participação na disputa pela presidência da Assembléia Legislativa?
Do ponto de vista de disputa eleitoral, nós temos que dissociar duas realidades. Uma é a divergência política que nos separa. A outra é ver o lado administrativo da Assembléia Legislativa. Acho que dá para conviver. Pelo menos da minha parte não vejo nenhum problema. Espero que da parte dela (Olenka) também não haja nenhuma dificuldade.
Mas é uma convivência um pouco estranha…
Mas, veja bem, é um entendimento que não é político. Não estamos tratando dessa questão. No entanto, vejo mais pelo lado da instituição da qual nós integramos como agentes públicos.
O governador Cássio Cunha Lima está interferindo no processo de escolha do seu nome para presidência da Assembléia?
Claro que dentro da bancada de sustentação do seu governo sim, mas dando direito a todos os aliados de participar do processo. Tanto é que ele declarou que desejaria ver o PSDB, partido majoritário de sua base política, na presidência. Portanto, nós deputados construímos esse entendimento depois do aval do governador. Por isso mesmo é que construímos a unidade.
O senhor confirma que já começou a escolher auxiliares, antes de sua eleição?
Foi uma conversa que tive com o jornalista Agnaldo Almeida, meu amigo, meu companheiro de equipe durante o governo de Ronaldo Cunha Lima, eu na condição de secretário e ele de Comunicação. Comuniquei a Agnaldo recentemente que se chegasse à presidência da Assembléia o convidaria para gerenciar a comunicação, através da TV Assembléia e o convite está mantido.
A outras pessoas também. Quem…
Vou suspender a questão administrativa por enquanto, até porque precisamos consolidar a parte política.
Há um certo temor dos funcionários que o senhor não cumpra os compromissos assumidos pelo presidente Rômulo Gouveia…
Eu fui secretário estadual de Administração, inclusive comecei enfrentando salários atrasados de servidores de seis meses, nós atualizamos e, ainda, implantamos o calendário de pagamento. Nós tratamos de reajuste com todas as categorias do funcionalismo, isso como secretário da Prefeitura na gestão de Cícero Lucena também, fizemos da mesma forma. Portanto, não temos o que temer porque meu relacionamento com funcionários sempre foi pautado com respeito e já comecei a defender antes de me lançar candidato a presidente, quando começamos a defender um acréscimo no Orçamento para assegurar o aumento com a implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração, que ajudei a aprovar.
Fonte: Jornal da Paraíba