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O prefeito de Lucena, Leomax Bandeira, compareceu a sessão na Câmara Municipal, nesta terça-feira (07), para ser ouvido pela comissão que analisa o pedido de cassação do gestor. Como vem acompanhando o ClickPB, ele deveria ter prestado depoimento desde o dia 24 de outubro, mas apresentou atestado médico por duas semanas seguidas, o que impediu os vereadores de ouvi-lo.
O depoimento do prefeito durou mais de duas horas. Várias testemunhas já foram ouvidas no andamento do processo de cassação que continua nesta terça-feira.
Leo Bandeira foi interrogado pelo presidente da comissão de cassação Arnóbio Menezes e por várias vezes eles trocaram acusações. O vereador bateu boca com os advogados de defesa do prefeito. O gestor chegou a classificar o pedido de cassação de farsa.
“Não quero atacar Vossa Excelência, as um parecer que você tinha quase 200 folhas para avaliar e foi entregue em um dia e no dia seguinte a primeira reunião da comissão e aí chega com um parecer pronto? Será que isso condiz com a realidade do que foi feito na defesa? Será que a comissão analisou todos os pontos apresentados pela defesa? Tenho certeza que não, porque é humanamente impossível analisar em minutos e aí peço desculpas se lhe ofendi, mas me veio vontade de dizer que isso é uma farsa. Tenho convicção que aqui não se trata de uma questão técnico-juridíca, se trata de uma questão política”, disparou.
Arnóbio Menezes revidou questionando o porquê de Leo Bandeira ter comparecido a sessão se ele não acredita na idoneidade do processo. “Se o senhor acha tudo isso, por que está aqui então? Por que enviou seus advogados? Esse processo está sendo feito com transparência”, alegou o parlamentar.
Um dos momentos de confronto entre os advogados do prefeito e o presidente da comissão foi quando Arnóbio interrompeu uma fala de Leo Bandeira e a defesa exigiu que o direito da resposta dele fosse respeitada. Neste momento, houve bate-boca entre eles, com gritaria de ambas as partes.
Sobre as acusações de infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), Leo Bandeira negou ter aumentado a folha de pagamento em 370% e alegou que apenas regularizou a situação de muitos contratados que estavam, segundo ele, trabalhando sem ter os direitos trabalhistas respeitados.
O gestor alegou ainda que todos os processos de licitação e contratos foram encaminhados à Câmara Municipal para comprovar a regularidade, mas disse que muitos não foram recebidos pela Casa. “Desde o início dessa gestão temos tido dificuldades porque enviamos os documentos, mas chega na Câmara e há a recusa no recebimento”, falou.
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Entenda o caso
Leo Bandeira, entre outras possíveis irregularidades, é acusado de infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal, que inclui gastos excessivos com combustível. O processo contra ele na Câmara de Vereadores segue desde o fim de setembro.
O processo teve início a partir de uma denúncia apresentada pelo advogado Pedro Rawan Meireles. Segundo ele, em fevereiro, a Câmara pediu informações detalhadas como a listagem de veículos locados, contratos, processos licitatórios das obras públicas, gastos com combustíveis, folha de pagamento, entre outros documentos, e não foi atendida.
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