O ex-governador do Ceará e ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes (PSB-CE), terá de se contentar com um gabinete de 33,7 metros quadrados quando assumir seu mandato de deputado no dia 1º de fevereiro. Esse foi o resultado do sorteio feito na quinta-feira (7) na Câmara para a distribuição de 152 gabinetes para os deputados de primeiro mandato.
O sorteio foi feito com transmissão ao vivo pela TV Câmara e, para evitar fraude e contestações, foram utilizadas bolinhas semelhantes às adotadas pela Caixa Econômica Federal na extração das loterias.
Ciro ficará no Anexo 3, apelidado de "favelão" e considerado o local onde se situam os piores gabinetes. Não há elevadores e os banheiros são coletivos, nos corredores.
Como vizinhos no bloco, o ex-ministro terá o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), e o petista Jilmar Tatto (SP). Eles também foram parar no Anexo 3. Para a distribuição dos gabinetes, a Câmara adota um critério que, na prática, sujeita ao sorteio apenas os deputados de primeiro mandato.
Têm preferência na escolha de seus locais de trabalho os atuais deputados, ex-presidentes da Casa, parlamentares com dificuldade de locomoção ou com necessidades especiais, mulheres e suplentes que tenham exercido mandato.
Preferências
Os deputados eleitos José Genoino (PT-SP) e Paulo Maluf (PP-SP) também puderam escolher seus gabinetes fora do sorteio, porque uma das regras dá preferência para eleitos que já exerceram mandato anteriormente. O deputado Clodovil (PTC-SP) foi incluído no critério que garante aos parlamentares com idade igual ou superior a 65 anos o direito preferencial de escolha e não se submeteu ao sorteio.
Todos eles escolheram gabinetes no Anexo 4, a "área VIP", bloco onde as salas são mais confortáveis. Há banheiro privativo e o espaço total é de 39 metros quadrados. Mesmo assim, ninguém quer ficar no 9º andar desse anexo: a distância dali até o plenário da Câmara é de quase um quilômetro.
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