O senador paraibano Ney Suassuna, líder do PMDB no Senado, poderá ser acionado pelo Conselho de Ética do partido caso mantenha a predisposição em articular, junto com os senadores José Sarney (AM) e Renan Calheiros (AL), a implosão das prévias que vão definir no dia 19 quem será o candidato a presidente da República da legenda. A ameaça foi feita pelo senador Pedro Simom (RS), que não aceita o adiamento das prévias. Revoltado com as manobras de bastidores dos senadores governistas, Simom classificou-os como “bandidos do PMDB”, de acordo com matéria veiculada pelo tribunaonline.
“As bases querem as prévias. A cúpula quer a prévia. Apenas Sarney, Renan e Suassuna querem manobrar para evitar as prévias. O que eles querem é manter os privilégios dos cargos que detêm no governo Lula. Por isso eles querem ficar com essa gente. Para eles, não interessa candidatura própria, porque eles não vão ter no PMDB a força que eles têm hoje no PT com Lula. Eles estão atuando como bandidos do partido”, acusou Simon, de acordo com a matéria.
Veja a matéria na íntegra:
Simon: Sarney, Suassuna e Renan
são “bandidos do partido”
Senador disse que os três colegas querem derrubar as prévias do PMDB
Roberta Araujo
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) demonstrou revolta ontem, durante sessão no plenário ao saber que os companheiros de partido e senadores José Sarney (PMDB-AP), Ney Suassuna (PMDB-PB) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) marcaram para a próxima quarta-feira uma reunião da Executiva Nacional que, segundo Simon, debaterá estratégias para derrubar as prévias da legenda, marcadas para o dia 19, que definirão o candidato peemedebista à Presidência da República. Indignado, Simon disse que, se a reunião realmente acontecer, irá acionar o Conselho de Ética do partido contra Sarney, Renan e Suassuna.
“As bases querem as prévias. A cúpula quer a prévia. Apenas Sarney, Renan e Suassuna querem manobrar para evitar as prévias. O que eles querem é manter os privilégios dos cargos que detêm no governo Lula. Por isso eles querem ficar com essa gente. Para eles, não interessam candidatura própria, porque eles não vão ter no PMDB a força que eles têm hoje no PT com Lula. Eles estão atuando como bandidos do partido”, acusou Simon.
A disputa para a candidatura no partido corre entre o ex-governador do Rio Anthony Garotinho e o governador licenciado do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto. Simon acredita que este é o momento ideal para o PMDB conquistar destaque com uma candidatura própria, uma vez que, de acordo com as pesquisas de opinião pública, o partido cresceu 40%, enquanto que o PT perdeu 50%.
“Querem apoiar o Lula. Para mim, isso é um escândalo para o PMDB, que é hoje um dos maiores partidos do País. Não concordo de jeito nenhum fazer uma eleição onde as únicas opções são votar no PT ou no PSDB. O PMDB tem que ter candidatura própria”, insistiu.
“Já estou munido de documentos para levar ao Conselho de Ética do partido porque acho que eles (Sarney, Suassuna e Renan) estão fazendo um trabalho antipartido”, criticou.