A violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, que testemunhou contra o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda), partiu da própria Caixa Econômica Federal (CEF). O formulário de extração de dados da movimentação bancária de Francenildo é exclusivo do sistema interno da estatal, ao qual nem clientes têm acesso. É o que denuncia o jornal ‘Folha de S.Paulo’ nesta terça-feira.
Segundo a “Folha” apurou, a ordem para a violação do sigilo foi dada por um funcionário com cargo de chefia da Caixa, instituição subordinada ao Ministério da Fazenda.
Questionada ontem pelo jornal, a CEF não descartou que as informações podem ter vazado de dentro da instituição. “Somente a auditoria vai poder constatar a procedência do documento”, disse Gabriel Nogueira, assessor de imprensa.
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou que será aberto nesta terça o inquérito para investigar a quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos da Costa.
“Já pedi ao diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, que abrisse o inquérito e será feito”, disse o ministro.
Francenildo que diz ter visto o ministro da Fazenda Antonio Palocci na casa alugada por Vladimir Poleto em Brasília por “dez ou 20 vezes”, teve a sua movimentação financeira exposta em uma reportagem publicada este final de semana pela revista Época, da editora Globo. Poleto foi um dos assessores de Palocci, na época em que ele foi prefeito de Ribeirão Preto (SP).
De acordo com o ministro todo o inquérito será investigado com rigor. “Isso é crime grave, e por outro lado, ninguém está acima da lei, a polícia federal irá punir a quem for necessário”, afirmou Bastos. “Nesse momento, tenho certeza que o inquérito será bem conduzido, que vai apurar um crime grave e freqüente no Brasil”, completou. “Precisamos instalar uma cultura de respeito a privacidade das pessoas no país”, defendeu o ministro.
O extrato da conta que o caseiro tem na Caixa Econômica Federal, ao qual a revista Época teve acesso, mostra que ele recebeu desde o início do ano R$ 38.860. Costa justificou a movimentação financeira dizendo que é filho bastardo do empresário Euripedes Soares da Silva, dono de uma empresa de ônibus em Teresina, e que teria recebido o dinheiro dele. Soares nega ser o pai do caseiro, mas confirma que fez os depósitos. Segundo o ministro a Polícia Federal vai apurar da forma mais ampla e correta possível.
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Sigilo de caseiro foi quebrado na Caixa Econômica Federal
O formulário de extração de dados da movimentação bancária de Francenildo é exclusivo do sistema interno da estatal
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