Política

Serraglio diz que alteração de relatório pode complicar situação de Lu

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O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), deu um recado hoje para os petistas que pretendem retirar do relatório final a tese do mensalão: se houver mudança, o documento indicará que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cometeu crime de responsabilidade. No relatório apresentado na semana passada, Serraglio diz que Lula sabia da existência do suposto “mensalão”, mas não seria responsável pela prática ilegal, pois deu ordens para apurar o esquema logo que foi informado.

No relatório a ser votado nesta terça-feira, Serraglio diz que o “mensalão” existiu e descartou a tese de que o dinheiro repassado por meio das empresas de Marcos Valério Fernandes de Souza tinha como destino o pagamento de dívidas de campanha não contabilizadas.

Os petistas devem apresentar um relatório paralelo na tentativa de manter a tese de que os recursos eram caixa dois de campanha.

“Houve pagamentos ilegais, indevidos e ilícitos, mas não há prova de que foram utilizados para financiar a troca de parlamentares de partidos ou a compra de votos”, afirmou a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC).

Serraglio afirmou que, caso os governistas tenham voto para alterar o texto, prevalecerá a tese de que parte do dinheiro que passou pelas contas de Valério tinha como destino a campanha de 2002 do presidente Lula. Na opinião de Serraglio, isso pode configurar crime de responsabilidade.

“Ou nós temos gente recebendo dinheiro do mensalão ou o dinheiro ia para o Lula e para a campanha do presidente. Para mim, o dinheiro ia para os mensaleiros. Agora, se eles [petistas] apontam que não tem mensaleiro, querem que eu indique que houve crime de responsabilidade [por parte do presidente]”, disse Serraglio.

O caixa dois, inclusive, é o argumento usado pelo relator para pedir o indiciamento por crime eleitoral do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Serraglio afirmou que Azeredo não é indiciado por crime de responsabilidade porque o senador perdeu a eleição de 1998 ao governo Minas Gerais, financiada ilegalmente.

Alterações

Serraglio afirmou que mantém seu relatório intacto, mesmo diante das críticas feitas por governistas e oposicionistas. Os governistas querem, além de retirar do texto a tese do mensalão, mudar os pedidos de indiciamento contra o ex-deputado José Dirceu e contra o ex-ministro Luiz Gushiken.

Serraglio disse que não atenderá ao pedido para que indícios de corrupção ativa que pesam sobre Dirceu e Gushiken sejam retirados do texto. De acordo com os petistas, não há no documento indiciados por corrupção passiva, o que enfraqueceria o indiciamento de ambos. O relator contesta: “Isso é discurso. A corrupção está aí. Eu falo isso no relatório o tempo todo.”

O ex-ministro Jaques Wagner, apontado no relatório como facilitador de negócios entre a empresa GDK e a Petrobras, deve ser mantido no texto mesmo com a proposta de retirada a ser apresentada pelo PT.

Na semana passada, Wagner afirmou que, se mantida a acusação, vai processar Serraglio por calúnia. “Esse pessoal atira para efeito de mídia”, afirmou.
Na opinião do relator, o fato de o ministro ter uma filha que trabalha na empresa e de ter recebido recursos para sua campanha indicariam benefícios indevidos à empresa GDK.

Os petistas dizem que outros senadores têm parentes no quadro da empresa e receberam, ao mesmo tempo, recursos de campanha da GDK. “Se é para fazer esse tipo de ilação, que se faça para todos”, afirmou Salvatti.

Até o momento, Serraglio disse que a única proposta que deve incluir em seu relatório é a citação do banqueiro Daniel Dantas e as suspeitas de que seria uma das fontes do valerioduto. O texto apresentado na semana passada não cita o nome do banqueiro, mas aponta como possíveis financiadoras da corrupção as empresas que eram controladas pelo Banco Oportunity, de Dantas.

Fonte: Folha Online

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