A absolvição do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) foi a gota d’água para pelo menos seis deputados integrantes do Conselho de Ética. Os parlamentares Júlio Delgado (PSB-MG), Chico Alencar (PSOL-RJ), Orlando Fantazzini (PSOL-SP), Cezar Schirmer (PMDB-RS), Cláudio Magrão (PPS-SP) e Benedito de Lira (PP-AL) pediram desligamento do Conselho de Ética. Ontem, nove deputados chegaram a assinar um pedido de renúncia coletiva ao Conselho de Ética.
Desses seis, somente Fantazzini formalizou a renúncia na Secretaria-Geral da Câmara. Os demais devem oficializar a saída na próxima semana.
O presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP) se reuniu com o rebelados e pediu para eles permanecerem até a conclusão dos processos que analisam o envolvimento de parlamentares com o “mensalão”.
No entanto, seis dos nove deputados não desistiram de renunciar e mantiveram a intenção de se desligar do Conselho.
O caso de Magrão pode ser ainda mais grave. O deputado acredita que seu partido não deve indicar substituto para a vaga. “É incoerente, se foi o partido que pediu [para sair do Conselho], indicar um substituto”, afirmou ele em entrevista por telefone.
Lira confirmou que vai pedir seu desligamento formal no início da semana que vem. “Na segunda-feira eu vou ter um encontro com o meu líder de bancada, o Mário Negromonte [PP-BA], para pedir o meu substituto”, disse ele.
Os parlamentares utilizaram a palavra “desmoralização” para justificar a saída do Conselho. Em carta aberta, o deputado Alencar chega a dizer que o órgão apenas “ornamenta com debate democrático uma dinâmica, ao fim e ao cabo, corporativa”, em uma referência à votação dos processos de cassação no plenário da Casa.
Com João Paulo Cunha, já são oito arquivamentos de processos contra deputados acusados de receber recursos do chamado “valerioduto”, o esquema de caixa dois notabilizado no ano passado.
Apesar do deputado ser condenado no Conselho de Ética –quando seus integrantes aprovam em votação aberta o relatório que pede a cassação de um deputado–, na maioria das vezes é absolvido pelo plenário da Câmara –cuja votação é secreta. Para interromper esse círculo vicioso, Izar quer acelerar a votação da proposta de emenda constitucional que abre o voto nos processo de cassação.
Fonte: Folha Online
Seis deputados pedem desligamento de Conselho de Ética
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