Política

PSDB contrata pesquisa e monta estratégia de 2010

Escaldado com as duas surras que levou de Lula em 2002 e 2006, o PSDB decidiu antecipar a preparação para as eleições municipais de 2008 e para a disputa presid

Escaldado com as duas surras que levou de Lula em 2002 e 2006, o PSDB decidiu antecipar a preparação para as eleições municipais de 2008 e para a disputa presidencial de 2010. Reunida na noite de terça-feira (6), a direção do partido constituiu três grupos de trabalho.

O primeiro grupo irá coordenar uma pesquisa de opinião a ser realizada em todo país. Visa descobrir o que pensa o eleitorado a respeito do PSDB. Servirá de base para a formulação de um plano de mudança da imagem do partido, às voltas com uma crise de identidade. O trabalho foi confiado a três tucanos: Gustavo Fruet (PR), Antero Paes de Barros (MT) e Márcio Fortes (RJ).

Em reunião realizada na tarde desta quarta-feira (7), o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), decidiu contratar o sociólogo pernambucano Antônio Lavareda, dono da consultoria MCI, para ajudar na formulação do questionário e na análise dos dados que serão recolhidos pelos pesquisadores.

Na próxima segunda (12), Fruet, Paes de Barros e Fortes terão um encontro com Lavareda. Começarão a esmiuçar o questionário. Pretende-se que seja abrangente. Serão incluídas, por exemplo, questões acerca da era FHC, um período que o partido vem hesitando em defender nos palanques. No ano passado, por exemplo, o tucanato deixou-se enredar numa armadilha montada por Lula em torno dos pendores privatistas da legenda.

Um segundo grupo, integrado por Sérgio Guerra (PE) e Ronaldo César Coelho (RJ), fará uma radiografia da estrutura do PSDB em todos os Estados e municípios brasileiros. O objetivo é identificar as fragilidades regionais. Onde houver diretórios débeis, pretende-se seduzir lideranças de outros partidos e realizar campanhas para arrebanhar novos filiados.

O terceiro grupo constituído pela Executiva do PSDB recebeu a missão de atualizar o programa do partido, hoje sem bandeiras. Coube a José Aníbal (SP) e Marisa Serrano (MS) centralizar a coleta de opiniões dentro da legenda. Pretende-se envolver nessa parte do trabalho o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Planeja-se ainda realizar um ciclo de seminários regionais. Devem começar entre o final de março e o início de abril.

Como desfecho de todo o planejamento eleitoral, o PSDB renovará sua direção numa convenção programada para novembro. Nesse mês, encerra-se o mandato da cúpula chefiada por Tasso Jereissati. Busca-se um nome capaz de acomodar os interesses do partido nas eleições municipais de 2008, o primeiro encontro com as urnas depois do malogro da candidatura presidencial de Geraldo Alckmin. Por ora, emerge como favorito o senador Sérgio Guerra (PE). Move-se com desenvoltura entre os grão-tucanos FHC, Alckmin, José Serra, Aécio Neves.

Toda a estratégia tucana parte de uma premissa: para tornar-se competitivo em 2008 e 2010, o partido precisa renovar o seu ideário, aproximando-o do eleitor. Busca-se construir o que o tucanato chama de “um novo projeto nacional”. Daí a pesquisa de opinião. Tenta-se reaproximar a legenda da plataforma modernizadora que os tucanos acham que representavam no passado.

Avalia-se que, embora disponha de pelo menos dois presidenciáveis competitivos -Serra e Aécio-, o PSDB cavalga um ideário envelhecido. O partido ainda vive da fama do Plano Real, que trouxe a estabilidade monetária. Precisa de um novo ideário, capaz de se contrapor à pregação social de Lula.

Fez-se também no encontro da Executiva, na noite de terça, uma avaliação do PAC. O debate girou em torno de uma análise escrita por dois economistas: Samuel Pessoa e Ana Lobato. Concluiu-se que, diferentemente do que apregoa Lula, o Programa de Aceleração do Crescimento não será suficiente para impulsionar o desenvolvimento econômico. Se a aposta estiver equivocada, o tucanato já inicia sua jornada rumo a 2010 com o pé esquerdo. 

Folha Online

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