Terminou nesta segunda-feira, dia 29, o prazo para a abertura de novas diligências pelas partes envolvidas na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) movida pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) contra o prefeito de Bayeux, Josival Júnior de Souza, conhecido como Jota Júnior (PMDB).
O prefeito é acusado de utilizar expedientes para coagir servidores públicos, induzindo-os a se engajarem na campanha eleitoral do candidato a deputado estadual Carlos Souza (PP), irmão dele. De acordo com as investigações, os servidores públicos chegaram a preencher formulários com nomes de possíveis eleitores.
De acordo com o MPE, a Aije poderá acarretar a inegibilidade do atual prefeito Jota Júnior nos próximos três anos. Durante a semana passada, o corregedor eleitoral, Alexandre Targino, realizou audiência para a inquisição das testemunhas de defesa e acusação na Aije. Na audiência, foram ouvidas três testemunhas do MP Eleitoral e duas dos investigados.
Em seguida, foi aberto prazo para requerimentos de diligências pelas as partes que deveriam ser encaminhados ao corregedor regional Eleitoral até às 19 horas desta segunda-feira. A partir desta data, somente o corregedor eleitoral poderá realizar novas diligências, caso surja um fato novo no processo.
Desde que surgiram as primeiras denúncias de coação de servidores públicos em Bayeux, para adesão à campanha política do irmão de Jota Júnior, o Ministério Público Eleitoral tem envidado esforços para esclarecer a verdade dos fatos, já tendo colhido depoimentos de vários servidores da prefeitura de Bayeux.
Segundo a assessoria do MPE, já foram ouvidos a coordenadora da Secretaria de Saúde municipal, Débora de Oliveira, e a assessora especial da Secretaria de Educação, Dayse Gadiole, o secretário da Fazenda, Adeilton Pereira, e o subsecretário de educação, Josean da Silva.
Paralelamente, foi instaurado um inquérito policial, pela Polícia Federal, para averiguação dos aspectos criminais da conduta de abuso de poder do prefeito de Bayeux. "Não se pode admitir, jamais, que a administração pública seja colocada a serviço de interesse político-partidário. É função do MP Eleitoral apurar quaisquer notícias fundadas da conduta em questão, promovendo a punição dos responsáveis nas esferas penal e cível-eleitoral", ressaltou o procurador regional Eleitoral José Guilherme Ferraz.
O prefeito de Bayeux, Jota Júnior, não foi encontrado pela reportagem do Jornal O Norte para responder às acusações e dar informações sobre o processo.
O Norte