A queda no desempenho do candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, abriu a ferida na aliança com o PFL. A desconfiança na possibilidade de o tucano derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em outubro levou pefelistas à lançarem fortes críticas à coordenação da campanha.
“O problema é na coordenação, não é do Alckmin, é do Tasso”, disse o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), referindo-se ao presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE). Os pefelistas reclamam da inflexibilidade dos tucanos nas negociações regionais e no processo de decisão em questões fundamentais da campanha da principal chapa de oposição.
Em resposta, Tasso ironizou as palavras do líder pefelista, filho do prefeito do Rio de Janeiro, César Maia. “Se foi só o meu-garoto que disse e o pai-pai não confirmou, não vale”, disse o senador tucano.
A pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta quarta-feira mostra Lula com uma ampla folga em relação a Alckmin e vitória no primeiro turno em todas as simulações. O presidente tem 40,5% das intenções de voto, contra 18,7% do ex-governador paulista, de acordo com uma das listas de levantamento.
Tasso deve se reunir com o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), para acabar o que chamou de “brincadeiras” do fogo amigo pefelista. “O problema é que há setores do PFL que ficam lançando críticas. Não dá mais, vai se aliar ou não?”, disse o presidente tucano. “Chega de brincadeira, chega de criticar o PSDB, o Fernando Henrique, o Aécio Neves. É aliado ou não? Basta de brincadeira”, acrescentou Tasso.
O presidente pefelista também entrou na discussão. “Está havendo muita conversa e pouco trabalho na coordenação”, alfinetou o senador Bornhausen.
Não bastasse a intriga entre os partidos, há também um impasse interno no PSDB sobre os rumos da campanha. Um setor inexpressivo chega a defender que Alckmin desista da contenda a favor do ex-prefeito de São Paulo, José Serra, candidato ao governo paulista, mas amplamente descartada pela cúpula. “Não há hipótese de trocarmos os candidatos”, disse o senador pelo Ceará.
Há uma discussão dentro do PSDB e mesmo no PFL sobre em qual parte do país Alckmin deveria reforçar a campanha. Um setor defende que, como é desconhecido no nordeste, seria melhor insistir nos Estados do Sul e Sudeste e iniciar a campanha nos outros Estados depois de junho.
Outra discussão gira em torno do foco das inserções comerciais. O PSDB lançará uma série de programas reforçando a candidatura Alckmin e os ataques ao PT, do presidente Lula. Setores do PFL reclamam que o PSDB demora para ser mais incisivo nas críticas ao governo.
Na avaliação de Tasso, Alckmin terá maior possibilidade de crescimento depois das convenções de junho, quando torna-se proibida a propaganda oficial e começam as propagandas eleitorais. “Hoje todas as notícias são favoráveis ao Lula, é um jogo completamente desigual. Hoje ocorre uma lavagem cerebral da população”, disse.
O PSDB iniciará uma avaliação minuciosa das propagandas oficiais do governo e promete ser mais duro na exigência de se cumprir a legislação eleitoral.
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PFL deve parar de brincadeira e ser aliado de verdade, diz Tasso
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