O clima esquentou no final da reunião do diretório municipal do PT em João Pessoa, no início da tarde deste sábado (2). O partido aprovou por unanimidade resolução reafirmando aliança com a administração do prefeito Ricardo Coutinho (PSB), mas divergiu quando o assunto foi evitar reivindicação de cargos na prefeitura e reafirmar a defesa contra o nepotismo na administração municipal.
As duas emendas foram derrubadas com voto de mais de dezessete membros do diretório, entre eles o presidente do PT pessoense, Hildevânio Macedo (foto), além de lideranças ligadas ao deputado federal Luiz Couto e ao vereador Luciano Cartaxo. Mesmo sem direito a voto, o ex-presidente do PT paraibano, Adalberto Fulgêncio, fez uma defesa fervorosa pela derrubada da emenda que sugeria o combate ao nepotismo na prefeitura.
A proposta da não reivindicação dos cargos e do combate ao nepotismo foi sugerida pelos petistas ligados às tendências de lideranças como o ex-deputado Avenzoar Arruda, ex-vereador Júlio Rafael e Anísio Maia, entre eles, Vaneide Araújo, Fernando Lopres, Agamenon Vieira, Zoraida Arruda e Linhares.
Uma das lideranças chegou a argumentar que aprovar resolução antinepotismo seria comprometer a situação da única petitsa que coordena uma secretaria na administracão municipçal, Douraci Vieira, que teria segundo alguns dos petistas uma filha na pasta. As discussões esquentaram e teve quem rasgasse papel e saísse da reunião atirando palavras duras e ríspidas.
Mantendo a disposição por cargos e se esquivando de defender o fim do nepotismo, como já havia feito em outras ocasiões, o diretório municipal do PT aprovou resolução em que deu prazo de 90 dias para que a Executiva municipal do partido elaborar um documento de avaliação do governo municipal, garantindo bases para que a legenda possa definir que rumos tomar nas eleições de 2008.
O partido definiu ainda que qualquer relação do PT com a prefeitura de João Pessoa tem que ser feita pelas instâncias partidárias. A idéia é vetar o fechamento de acordos individuais entre Ricardo e lideranças petitas. O PT reiterou ainda a necessidade de retomar a discussão para criação do Conselho Política, onde o partido deixasse de ser coadjuvante no processo de discussão política e programática da cidade.
´A aliança tem que ter caráter político-programático´, diz a resolução.
Redação
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