Amplamente divididos em linhas de classe, os peruanos votaram no domingo em uma disputa presidencial acirrada, liderada por um candidato nacionalista de esquerda que promete “uma revolução para dar aos pobres as riquezas do Peru”.
Ollanta Humala, um ex-comandante do exército apoiado pelo presidente venezuelano Hugo Chávez e acusado de crimes de guerra, os quais ele nega, pretende se tornar o mais recente líder da esquerda a assumir o poder na América Latina.
As pesquisas de opinião pré-eleitorais mostraram Humala com uma pequena vantagem em relação aos dois outros candidatos mais próximos, mas com a possibilidades de conquistar os mais de 50 por cento de votos necessários para dispensar a realização de um segundo turno em maio.
Uma pesquisa final do instituto Apoyo, divulgada algumas horas antes da abertura das urnas, às oito da manhã de domingo (hora local), mostrou que o adversário de Humala num eventual segundo turno não está definito. Tanto pode ser a candidata de centro-direita Lourdes Flores, uma ex-parlamentar que concorre para ser a primeira mulher a se tornar presidente no Peru, quanto Alan Garcia, ex-presidente de esquerda.
Considerado um estranho em um país onde a classe política é amplamente desacreditada, Humala conseguiu apoio entre a maioria de pobres que dizem que ainda precisam se beneficiar do forte crescimento econômico registrado pelo país desde 2002.
A retórica de campanha de Humala –com promessas de aumentar o controle estatal da economia e redistribuir a riqueza aumentando os impostos em mineradoras com lucros “excessivos” –preocupa investidores e grande parte da elite peruana, de descendência européia.
Ele também enfrenta alegações de abusos de direitos humanos, como comandante do exército quando o Peru combateu a insurgência do Sendero Luminoso nos anos 80 e início dos anos 90.
Humala saiu para correr cedo de manhã pouco antes da abertura das urnas, dizendo aos repórteres: “Hoje, com nosso voto, temos a chance de iniciar uma grande transformação em nosso país”.
Humala prometeu que, caso seja eleito, irá industrializar a produção de folha de coca, a matéria-prima da cocaína, e bloquear um tratado iminente de livre comércio com os Estados Unidos –provocando preocupação em Washington.
O Peru é o segundo maior produtor de cocaína do mundo, atrás apenas da Colômbia.
Reuters
Peruanos votam em eleição tão polarizada quanto indefinida
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