A Paraíba teve o segundo voto mais barato na disputa para deputado federal do Brasil, de acordo com levantamento do site Congresso em Foco. Os números revelam que a média do custo do voto para os eleitos por estado foi de R$ 5,71.
Na Paraíba, o custo do voto para os doze eleitos foi de R$ 2,37, perdendo apenas para o Amazonas, onde o custo do voto foi de 2,36. Juntos, os doze deputados federais eleitos da Paraíba gastaram R$ 2.030.191,29 para bancar custos da campanha, conforme prestação de contas disponibilizadas no Tribunal Superior Eleitoral.
Roraima foi o estado onde o votou foi o mais caro: R$ 13,94 por eleitor.
Veja Média do custo do voto para os eleitos (R$) por estado
Amazonas
2,36
Paraíba
2,37
Ceará
2,71
Rio Grande do Norte
2,77
Maranhão
2,88
Bahia
3,23
Rio Grande do Sul
3,32
Pará
3,61
Rio de Janeiro
4,01
Alagoas
4,11
Sergipe
4,13
Distrito Federal
4,40
Piauí
4,55
Santa Catarina
4,79
Rondônia
5,01
Minas Gerais
5,36
São Paulo
5,24
Pernambuco
5,80
Paraná
6,66
Mato Grosso do Sul
6,85
Mato Grosso
7,34
Espírito Santo
7,82
Acre
9,25
Tocantins
10,30
Goiás
10,51
Amapá
10,99
Roraima
13,94
Média
5,71
Leia matéria na íntegra
O mapa econômico das campanhas
Variação do custo do voto para eleitos, entre um estado e outro, chega a seis vezes. Goiás teve a maior média de receitas e despesas
A variação do custo do voto entre os eleitos para a Câmara desafiou o poder econômico das unidades federativas e as divisas geográficas. Em quatro estados, cada voto conquistado pelos deputados eleitos custou mais de R$ 10. Em outros cinco, a média foi de pouco mais de R$ 2. Curiosamente, os extremos dessa tabela, cuja diferença chega a seis vezes, são ocupados por dois estados do Norte. Na média, cada voto saiu por R$ 5,71 para os deputados eleitos (veja o custo do voto, para os eleitos, por estado).
Roraima, estado que tem o menor eleitorado do país, foi o que produziu o voto mais caro – R$ 13,94. Já a nova bancada do Amazonas (R$ 2,36) foi a que gastou menos por voto, seguida por quatro bancadas nordestinas: Paraíba (R$ 2,37), Ceará (R$ 2,71), Rio Grande do Norte (R$ 2,77) e Maranhão (R$ 2,88).
Outros dois estados do Norte aparecem no topo do ranking do voto mais caro: Amapá (R$ 10,99), em segundo, e Tocantins (R$ 10,30), na quarta posição. A estimativa feita pelo Congresso em Foco levou em conta a votação obtida pelos deputados eleitos em cada unidade da federação e o total de despesas por eles declarado à Justiça Eleitoral.
Fartura goiana
O terceiro lugar dessa lista particular ficou com Goiás, onde cada voto saiu por R$ 10,99 e também foi registrada a maior média de arrecadação e gastos da nova bancada na Câmara (veja a relação completa). Dos 16 deputados goianos cujas prestações de contas estavam na página do TSE até o fechamento desta edição, oito declararam ter arrecadado mais de R$ 1 milhão.
Três deles, aliás, estão entre os 20 eleitos que fizeram as campanhas mais caras do país. Em Goiás, os eleitos gastaram, em média, R$ 1.006.642,10. Só a empresa JBS S/A, que faz parte do Grupo Friboi e fabrica produtos de limpeza e higiene, investiu R$ 1,745 milhão na eleição de oito dos 17 parlamentares do estado, destinando recursos para quatro partidos (PMDB, PSDB, PTB e PP).
Voto a R$ 5 em SP
Dono do maior eleitorado e da maior bancada no Congresso, São Paulo foi de longe o estado onde houve mais recursos para a campanha à Câmara. Os 70 deputados paulistas eleitos declararam ter gastado R$ 56.265.146,63. Na média, cada um investiu R$ 803.787,81 para se eleger.
O voto conquistado pelos representantes do estado mais rico do país saiu por R$ 5,2. Das 20 campanhas mais caras do país para deputado, nove eram de lá. A caminho do segundo mandato, Walter Feldman (PSDB) fez a terceira campanha mais cara entre os 513 eleitos, declarando despesas de R$ 2.724.079.
Campanhas caras no PR
Logo depois dos paulistas, os paranaenses despontam como a terceira bancada que gastou, em média, mais recursos para se eleger. Os deputados eleitos pelo Paraná declararam à Justiça Eleitoral, em média, gastos de R$ 739.165,33.
Ao todo, os 30 paranaenses arrecadaram R$ 22.148.571,81. As três campanhas mais caras do país para a Câmara foram realizadas no estado: Alfredo Kaefer (PSDB), Rocha Loures (PMDB-PR) e Wilson Picler (PDT). Mesmo com dinheiro em caixa, o pedetista não conseguiu se eleger.
Economia no RS
Cada voto conquistado pelos paranaenses eleitos custou, em média, o dobro do alcançado pelos gaúchos. Enquanto no Paraná, a relação entre os gastos de campanha dos eleitos e a votação por eles conquistada foi de R$ 6,6, esse valor não passou de R$ 3,32 no Rio Grande do Sul.
Os 30 gaúchos cujos dados estão no site do TSE declararam ter investido R$ 11.298.969,19 na campanha eleitoral. A campeã de votos e caçula da bancada, a vereadora Manuel DÁvila (PCdoB), de 25 anos, gastou, por exemplo, R$ 359.536,25, valor pouco abaixo da média dos colegas de seu estado, que foi de R$ 376.632,31.
Contraste em Pernambuco
No Nordeste, a campanha mais cara foi a de Pernambuco. Entre os 24 eleitos pelo estado cujas prestações de conta estão disponíveis na internet, a média de gastos foi de R$ 638.530,57 – mais do dobro, por exemplo, do que a registrada no Maranhão, a menor da região, com R$ 273.657,11.
Cada voto dos eleitos pela bancada saiu, em média, a R$ 5,80. Na Paraíba, esse valor não passou de R$ 2,37.
O contraste entre os gastos declarados entre os deputados de Pernambuco é gritante. De um lado, o deputado Armando Monteiro Neto (PTB), que fez a 12ª campanha mais cara entre os eleitos de todo o país: R$ 1.878.943,35. De outro, o novato Marcos Antônio (PSC), aquele que declarou ter gastado menos entre os 513 – apenas R$ 5,7 mil.
Menos gastos no RJ
No Sudeste, as campanhas mais econômicas foram as do Rio de Janeiro. Cada um dos 46 eleitos pelo estado declarou ter gastado, em média, R$ 374.167,17 ao longo da campanha. Para os eleitos pela bancada fluminense, cada voto custou R$ 4,01.
Nenhum dos deputados do Rio aparece na lista dos que fizeram as 20 campanhas mais caras do país. O que declarou mais gastos foi Leonardo Picciani (PMDB) – R$ 1.098.239,00. Por outro lado, dois integrantes da bancada aparecem entre os dez mais econômicos, de acordo com as declarações prestadas ao TSE.
Apresentada como candidata do Dr. Enéas (Prona-SP), a novata Suely (Prona) recebeu 23.459 votos gastando R$ 8.593,84 do diretório partidário. Já o polêmico deputado Jair Bolsonaro (PP) declarou ter investido R$ 19.974,81 na campanha, que lhe valeu 99.700 votos.