A bancada de oposição reuniu a imprensa na manhã desta quarta-feira (07) para denunciar a existência de familiares de um secretário da Prefeitura de João Pessoa com envolvimento nas obras da Lagoa. O líder da oposição, vereador Bruno Farias, denunciou que no período da execução da obra havia familiares do secretário de Infraestrutura, Cássio Andrade, em postos chaves na empresa responsável pelo serviço e na Caixa Econômica Federal.
O vereador Bruno Farias explicou que a esposa do secretário Cássio Andrade, Luciana Maroja, trabalha na Gerência Executiva de Governo da Caixa Econômica Federal, que é a unidade regional que operacionaliza os contratos de repasse de programas governamentais. “Ela ocupa um cargo na Caixa Econômica Federal numa estrutura responsável pela gestão dos contratos com prefeituras e com o próprio Governo do Estado, inclusive, assina em extratos de contratos de outros municípios como coordenadora desses contratos de repasse em nosso estado”, disse.
A irmã da esposa de Cássio Andrade, ou seja, cunhada dele, Flaviana Maroja, ocupava o cargo de ouvidora da Secretaria de Infraestrutura de João Pessoa, até janeiro de 2017. “O que já é algo, no mínimo, estranho, porque o cargo de Ouvidoria é para ser ocupado por uma pessoa que não tem relações com o seu chefe, ou a pessoa para a qual ela irá fazer algum tipo de encaminhamento de informações”, disse.
Quanto a Marcos Santos, concunhado do secretário, esposo da ouvidora, que era gestor de obras da empresa Compecc, vencedora da licitação para execução das obras da Lagoa, segundo o vereador Bruno Farias, acompanhou toda a obra de revitalização do Parque. “Existem aos montes testemunhas, servidores da própria Seinfra, dando conta da presença constante desse concunhado do secretário tanto na obra da Lagoa quanto na própria Seinfra”, disse Bruno Farias.
De acordo com Bruno Farias, a medição era feita por uma pessoa escalada pelo concunhado do secretário e por um fiscal designado também pelo secretário, e essa medição era encaminhada para a Gigov, onde trabalha a esposa do secretário, na Caixa Econômica.
De acordo com os vereadores, existem evidências muito claras de que houve superfaturamento na obra e desvio de recursos públicos. Devido aos postos chaves que eram ocupados pelos familiares de Cássio Andrade durante a execução da obra existe a especulação de que tenha acontecido tráfico de influências.
Cássio Andrade, secretário de Infraestrutura da Prefeitura Municipal de João Pessoa
As informações colhidas pelos vereadores serão encaminhadas aos órgãos competentes para a devida apuração dos fatos. Os oito vereadores da bancada de oposição pretendem peticionar ao Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a Polícia Civil para que tomem conhecimento dos fatos.
Além dos vínculos familiares também há relação profissional entre eles. Flaviana e Luciana são sócias na empresa Polímero Engenharia. Já os concunhados Cássio e Marcos são sócios na empresa Madre Projetos e Construções Ltda. Marcos e Luciana são sócios da Nordenco Nordeste Ltda.
Os vereadores da oposição pretendem ainda convidar as pessoas citadas na denúncia para prestarem esclarecimentos sobre o caso na Câmara de João Pessoa.
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