Gaeco

Octávio Paulo Neto alerta que organizações criminosas estão tomando espaços legítimos de movimentos sociais e defende investigação para prevenir corrupção

Octávio Paulo Neto comenta que "o que mais espanta é que essas pessoas que supostamente fazem essas ações sociais, se acham no direito de não ser investigadas. É o mais espantoso".

Octávio Paulo Neto, promotor e coordenador do Gaeco na Paraíba.

Octávio Paulo Neto, promotor e coordenador do Gaeco na Paraíba. (foto: divulgação)

A Operação Indignus, deflagrada nesta quarta-feira (05) para investigar desvios de recursos públicos e pagamentos de propina no Hospital Padre Zé, em João Pessoa, escancara a instalação de uma verdadeira organização criminosa dentro da unidade, do Instituto São José e da Ação Social Arquidiocesana/ASA. O promotor de Justiça do Ministério Público da Paraíba, Octávio Paulo Neto, coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), destacou em entrevista ao ClickPB que a Operação Indignus, deflagrada hoje demonstra algo que vem se tornado comum no Brasil: “apropriação de pautas de alto relevo social para benefício próprio”.

O promotor critica o fato de que “organizações criminosas estão tomando espaços legítimos”. Os casos de corrupção que vem sendo desmontados pelos órgãos de controle e investigação demonstram a importância da investigação e das denúncias. Octávio Paulo Neto ressalta que “esse caso é apenas um dos casos em que fica claramente demonstrado isso. Pessoas que usam da boa fé de terceiros, que usam da esperança de outros tantos para poder crescer financeiramente e politicamente. Me parece que isso é uma doença no Brasil e tem que ser combatida”.

Apesar do véu que acoberta boa parte das entidades sociais, o promotor destaca ainda que a investigação precisa ser feita. A infestação de casos de corrupção comprova a necessidade de acompanhamento de todas as ações, principalmente as que envolvem dinheiro público. Ao ClickPB, Octávio Paulo Neto comenta que “o que mais espanta é que essas pessoas que supostamente fazem essas ações sociais, se acham no direito de não ser investigadas. É o mais espantoso”.

Apesar disso, o coordenador do Gaeco lembra a importância de ajudar os mais carentes e necessitados, apesar de alguns casos de corrupção já detectados. A necessidade das pessoas carentes é evidente e precisa ser atendida, de acordo com Octávio Paulo Neto em entrevista ao ClickPB. O promotor deixa ainda um apelo: “peço a todos que, na verdade, separem os mau intencionados e que reflitam sobre a necessidade de apoiar os miseráveis. A gente tem uma série de miseráveis no Brasil, que precisam de apoio, precisam de ajuda, precisam necessariamente que todos, de fato, de mandeira bem correta e consciente deem suporte a eles. Investiguem, afiram, mas não deixem de dar suporte aos miseráveis e as pessoas que necessitam. No entanto, não seja massa de manobra de movimentos sociais que na verdade não são movimentos sociais, são organizações criminosas que estão tomando espaços legítimos”.

Operação Indignus

A Força Tarefa composta pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público do Estado da Paraíba (Gaeco), pela Polícia Civil da Paraíba da Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social, pela Secretaria de Estado da Fazenda da Paraíba e pela Controladoria-Geral do Estado da Paraíba, deflagraram, na manhã desta quinta-feira (05) a “Operação Indignus”.

Estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão expedidos pela  4ª Vara Criminal de João Pessoa. O ClickPB apurou em primeira mão que são oito mandados cumpridos na capital paraibana, um no município do Conde e dois no município de São Paulo (SP). Conforme apurou a reportagem, na capital os mandados cumpridos são nos bairros do Bessa e Cabo Branco, na área nobre da capital. 

Conforme apurou o ClickPB, a operação tem como objetivo apurar os fatos que indicam possíveis condutas criminosas ocorridas no âmbito do Instituto São José, do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana/ASA. Segundo as investigações há indícios de possíves desvios de recursos públicos destinados a fins específicos, por meio da falsificação de documentos e pagamento de propinas a funcionários vinculados às referidas entidades.

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