O conselho político da campanha do candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, formado por integrantes das cúpulas do PSDB e do PFL, decidiu nesta terça-feira (30/5), reforçar a atuação do presidenciável nos estados das regiões Sul e Sudeste, onde ele teria uma maior apelo junto ao eleitorado.
A decisão, tomada durante reunião realizada em Brasília, é antagônica à estratégia utilizada até agora pelo PSDB, que havia decidido atuar de forma intensa nos Estados do Nordeste, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mantém uma grande vantagem na preferência dos eleitores, segundo as pesquisas de intenção de voto.
“A estratégia é fortalecer o Sul e o Sudeste e entrar em Minas Gerais para, depois, subir para o Norte. É muito importante o Nordeste, mas (a campanha) tem de crescer em outras áreas”, afirmou o líder do PSDB na Câmara, deputado Jutahy Júnior (BA), logo após o encontro.
A tentativa de solidificar a presença de Alckmin nos Estados nordestinos influenciou a indicação do PFL na escolha do candidato à Vice Presidência, que acabou recaindo sobre o senador José Jorge (PE).
Conforme Jutahy, o comitê de campanha também vai investir mais na presença do candidato nos palanques estaduais e municipais dessas regiões, principalmente em localidades onde é forte a atividade agrícola, um dos setores da economia que não têm demonstrado satisfação com o atual governo, segundo a avaliação do tucano.
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Outra prioridade, será a visitação de municípios onde existam emissoras locais de tevê. Na avaliação do conselho, um dos motivos do fraco desempenho de Alckmin nas pesquisas CNT/Sensus e Datafolha, divulgadas na semana passada, foi à ausência de programas eleitorais do partido ao longo do último mês.
“O mês de maio foi ruim porque o PSDB não teve inserções na tevê. Já o governo teve uma maciça presença nas televisões”, avaliou Jutahy.
O comitê de Alckmin também planeja aumentar a fiscalização sobre os gastos do governo com publicidade. A idéia é acompanhar de perto os gastos das empresas estatais com propaganda.
Rusgas
No encontro, do qual participaram Alckmin, os presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), e do PFL, senador Jorge Borhausen (SC), além de líderes das legendas na Câmara, Jutahy e Rodrigo Maia (PFL-RJ), e no Senado, Arthur Virgílio (PSDB-AM) e José Agripino (PFL-RN), ficou acertado o fim dos embates públicos entre integrantes as duas legendas
Durante a reunião, Virgílio e Agripino pediram aos seus correligionários que evitem a “produção de notícias negativas”. Diversos embates ocorridos nos últimos dias entre representantes das legendas têm prejudicado o avanço da aliança, segundo a avaliação do conselho.
“O objetivo é criar o clima para que a campanha decole”, afirmou Tasso.
“O que aconteceu passou e encerrou. Vamos começar uma vida nova”, disse Jutahy sobre as rusgas entre tucanos e pefelistas. Também estiveram na reunião os coordenadores das campanhas tucana, senador Sérgio Guerra (PE), e do PFL, senador Heráclito Fortes (PI), além dos líderes das Minorias da Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA), e do Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR).
Ainda zen
Em entrevista a jornalistas após o término da reunião do conselho, Alckmin voltou a disparar críticas contra o governo Lula, classificando a administração como “um pesadelo”.
“Não podemos continuar nessa mesmice. Vivemos um governo autoritário, sem espírito republicano, que utiliza a máquina pública de forma nunca antes vista”, criticou.
“O governo atual é omisso, não sabe o que se passa. O único projeto que tem é o de poder.”
Sem comentar os embates entre alas dos dois partidos da aliança, Alckmin tentou demonstrar que está tranqüilo para a disputa e pouco incomodado com seu baixo desempenho demonstrado nas pesquisas.
“Estou absolutamente zen e animado com o trabalho”, afirmou. “Sebo na canela e vamos à luta.”
Nesta quarta-feira, no plenário da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, será formalizada a aliança entre tucanos e pefelistas. A solenidade está marcada para às 16h.
Reuters
Nova estratégia de campanha de Alckmin priorizará Sul e Sudeste
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