Em entrevista

Mourão defende ‘autogolpe’ em caso de anarquia

O candidato a vice disse ter sido mal interpretado no passado, quando foi questionado sobre as Forças Armadas “imporem uma solução” caso os poderes instituídos perdessem o controle.

Mourão defende ‘autogolpe’ em caso de anarquia

Durante a entrevista, ele se referiu a Ustra, que morreu em 2015, aos 83 anos, como “herói” por ter matado militantes contrários ao regime militar. — Foto:reprodução

Em entrevista à GloboNews na última sexta-feira, 7, o candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL-RJ), o general Hamilton Mourão, defendeu a possibilidade de um ‘autogolpe’ em caso de anarquia. “O próprio presidente é o comandante-chefe das Forças Armadas, ele pode decidir isso. Ele pode decidir empregar as Forças Armadas. Aí você pode dizer: “mas isso é um autogolpe”, disse Mourão no programa Central das Eleições.

O general ressaltou que esta é uma situação hipotética caso haja uma situação de anarquia, o que não é o caso no momento, segundo ele. “Não acho que vá ocorrer. Temos tido turbulências, temos tido momentos aí que as coisas ficaram meio complicadas, mas não estamos chegando…”, explicou Mourão.

O candidato a vice disse ter sido mal interpretado no passado, quando foi questionado sobre as Forças Armadas “imporem uma solução” caso os poderes instituídos perdessem o controle. Segundo ele, a declaração foi uma resposta uma pergunta hipotética. “O perguntador, até meio que se enrolou, invocou o artigo 142, eu também não estava bem preparado para responder à pergunta naquele momento”, afirmou.

“Eu respondi a uma hipótese, trabalhamos em cima de uma hipótese e eu tenho dito em todas as vezes, já me perguntaram esse assunto várias vezes, que era uma hipótese”, completou.

O militar também teceu elogios ao coronel Brilhante Ustra, chefe do DOI-Codi e o primeiro militar oficialmente reconhecido como torturador durante a ditadura militar no Brasil. Durante a entrevista, ele se referiu a Ustra, que morreu em 2015, aos 83 anos, como “herói” por ter matado militantes contrários ao regime militar.

“Meus heróis não morreram de overdose, e Carlos Alberto Brilhante Ustra foi meu comandante quando era tenente em São Leopoldo. Um homem de coragem, um homem de determinação e que me ensinou muita coisa. Tem gente que gosta de Carlos Marighella, um assassino, terrorista. Houve uma guerra. Excessos foram cometidos? Excessos foram cometidos”, afirmou.

Neste momento, Miriam Leitão, então, questiona: “Então, seu herói matou pessoas?”. E recebe a seguinte resposta do general: “Heróis matam”.

Ataque a Bolsonaro
Mourão também foi questionado sobre a declaração dada após o ataque contra Bolsonaro, em que disse: “Se querem usar a violência, os profissionais da violência somos nós”. O general classificou a fala como uma reação de primeiro momento. “É o normal que acontece quando ocorre um acidente dessa natureza”, disse. “Hoje às 19h, Bolsonaro me ligou e disse que vamos moderar o tom, me pediu para não exacerbar essa questão que está ocorrendo. Nós vamos governar para todo o Brasil. Sem união a gente não chega a lugar nenhum, ter confronto nesse momento não vai ajudar a ninguém e é péssimo para o país”, completou.

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