A candidatura própria do PMDB começa a tornar-se incerta. Dos 25 diretórios estaduais que estão reunidos nesta quarta-feira para analisar a viabilidade de lançar um concorrente próprio à Presidência da República, 14 se manifestaram contra a iniciativa. Nos 11 restantes, estão São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, Estados com maior peso na Convenção Nacional.
O primeiro levantamento entre os peemedebistas mostrou que a divisão é forte e a decisão será tomada somente em 10 de junho, data da Convenção Nacional do partido. Cada diretório buscará os interesses próprios, além de demonstrar a forte divisão interna.
O presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), reuniu candidatos a governador, presidente dos diretórios estaduais, o ex-presidente Itamar Franco e o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, ambos pré-candidatos à Presidência da República, para avaliar o efeito da regra de verticalização nas intenções regionais da legenda.
Parte dos candidatos a governador e a maioria dos diretórios teme que a verticalização prejudique as intenções do partido nos Estados e na tentativa de eleger as maiores bancadas no Senado e na Câmara. “A reunião que vai decidir o destino do partido é a Convenção Nacional. Mas o PMDB precisa ter ciência que não pode sair prejudicado nos Estados”, afirmou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), contrário ao nome próprio.
A outra avaliação é que mesmo sem conseguir fazer alianças fortes nos Estados, o partido teria um palanque nacional que daria visibilidade aos candidatos. “O objetivo do partido é buscar o poder. Somos o maior partido do Brasil e não podemos ter candidato na eleição a presidente. Isso não tem lógica”, disse o senador Pedro Simon (RS).
Itamar x Garotinho
Nesta quarta-feira, Temer defendeu a pré-candidatura de Itamar Franco à Presidência da República e reafirmou que será a Convenção Nacional o fórum para definir o nome que disputará o Palácio do Planalto, apesar das críticas feitas pelo ex-governador Anthony Garotinho.
Para defender a legitimidade de sua pré-candidatura, Garotinho tem usado como argumento a realização da consulta informal do partido, ou a chamada “prévia”, na qual derrotou o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto. Entre os Estados que apoiaram Rigotto na consulta, apenas Goiás e o Rio Grande do Sul mantiveram a posição favorável à disputa do Palácio do Planalto, todos os outros mudaram de lado.
O ex-governador do Rio fez, desde que se lançou na corrida presidencial, um forte corpo-a-corpo dentro do partido para viabilizar seu nome e acredita que o lançamento de Itamar é uma maneira de colocar obstáculos na candidatura própria.
“O Garotinho usará o argumento da prévia, da consulta, mas é a Convenção quem dará a palavra final. O nome do Itamar é legítimo e no momento a maioria do partido é favorável ao lançamento da candidatura própria”, afirmou Michel Temer.
São Paulo
O ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, afirmou que será candidato ao Palácio dos Bandeirantes, caso Itamar saia à Presidência, do contrário ele tentará uma cadeira no Senado. Ele descartou especulações de que Itamar é, na verdade, uma maneira de enfraquecer Garotinho e beneficiar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Quércia e o senador Pedro Simon (PMDB-RS) são os fiadores da candidatura Itamar. O governador do Rio Grande do Sul também está por trás das articulações por sentir-se traído por Garotinho. Após o ex-governador do Rio ganhar a consulta, ele telefonou para Rigotto para dizer que desistiria da candidatura porque tentaria uma vaga na Câmara dos Deputados e que sua mulher a governadora Rosinha Matheus renunciaria ao posto para disputar o Senado. Mas nada disso ocorreu.
Opinião dos Estados
Os Estados contrários à candidatura própria são: Alagoas, Amazonas, Bahia, Amapá, Ceará, Distrito Federal, Maranhão, Paraíba, Roraima, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pará, Sergipe e Pernambuco.
Os favoráveis são: Acre, Espírito Santos, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rondônia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. Segundo contas da equipe de Garotinho, São Paulo, Rio, Minas e Rio Grande do Sul somam 220 votos, do total de pouco mais de 720 da Convenção.
Tocantins, não enviou representante à reunião, mas tende ser contrário à tese de candidato próprio por conta de um pré-acordo com o PT.
Último Segundo
Maioria dos Estados rejeita candidatura própria do PMDB
Dos 25 diretórios estaduais que analisam a viabilidade de lançar um concorrente próprio à Presidência da República, 14 se manifestaram contra a iniciativa
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