O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje, durante cerimônia de comemoração do Dia do Diplomata, que o Brasil está tendo chance de abrir uma discussão com os Estados Unidos sobre a questão da TV Digital. “Nós queremos ter neste País a capacidade de escolher e mostrar quem é o comprador”, afirmou Lula.
Ao falar para os diplomatas, o presidente lembrou a questão da guerra no Iraque como um ponto importante em termos de relações exteriores. Segundo ele, foi a partir daí que ele percebeu a necessidade de uma mudança nas Nações Unidas.
Lula lembrou que os países da ONU ficaram divididos sobre a necessidade da guerra e, no entanto, ela acabou acontecendo ainda assim. Segundo ele, “o mundo ficou morimundo” depois disto. Lula disse que em sua primeira visita aos EUA o presidente Gorge W. Bush só falava sobre guerra no Iraque. Segundo ele, Bush queria convencê-lo de que a ofensiva era importante, mas Lula teria dito disse que a guerra dele e do Brasil era outra. “Eu estou muito distante do Iraque e a minha guerra é contra a fome e a pobreza no Brasil”, afirmou.
Sobre as embaixadas brasileiras, o presidente disse que quando assumiu a Presidência, elas eram pobres e sofriam com falta de dinheiro e funcionários. Hoje ele diz que todas estão bem e com condições de trabalho.
Lula disse ainda que a primeira decisão que tomou quando ganhou as eleições foi tentar fortalecer o Itamaraty colocando como ministro das Relações Exteriores alguém de dentro do próprio meio. Segundo ele, Celso Amorim foi a escolha correta.
Lula citou ainda as críticas feitas em relação à sua atuação na política internacional. “Para fazer política internacional com independência é preciso ter coragem para não ceder às críticas”, disse. “Eu não ia fazer nenhuma viagem internacional até o final do ano. No entanto, não vou desistir de duas viagens que ainda devo fazer. Uma delas é Viena”, disse Lula.
Durante a cerimônia, Lula entregou ao presidente da Câmara, Aldo Rebelo, a Ordem do Rio Branco, no grau de Grã-Cruz. Também receberam a condecoração a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ellen Gracie, e os ministros Hélio Costa (Comunicações), Márcio Fortes (Cidades), Fernando Haddad (Educação) e Silas Rondeau (Minas e Energia).
Redação Terra
