Lula se compara a JK e ataca oposição

No auge da crise gerada pela violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez críticas à oposição e voltou a se comparar a Juscelino Kubitschek, que governou o país de 1956 a 1961. Lula disse que está sendo atacado hoje da mesma forma que JK foi em 1950.

“Hoje, 50 anos depois que ele morreu, JK está sendo vendido como herói mas, a novela mostra como é que os que estão me atacando hoje atacavam JK em 1950. Vocês estão percebendo”, disse ele na cerimônia de retomada das obras do metrô de Salvador.

Lula disse que, apesar de gostar de brigar, não iria responder críticas de “baixo nível”. “Na hora em que a gente assume o cargo, não pode responder todas as ofensas com que a gente é atacado. Quem me conhece sabe que eu adoro uma briga. Agora, eu sou o presidente da República e eu não posso ficar respondendo cada baixo nível que fazem contra mim.”

Segundo ele, o povo não quer saber de “xingamento”. “O povo não quer saber de xingatório, o povo não quer saber de baixo nível, o povo não quer saber de pessoas com leviandades contra as outras. O povo quer saber o seguinte: ‘você está fazendo alguma coisa por mim? Merece o meu respeito. Não está fazendo? Pode sumir da minha frente, que eu não tenho interesse em respeitar quem não me respeita’.”

Ao justificar sua posição, Lula fez uma menção à crise que atinge o governo. “Vocês são inteligentes, vocês lêem jornais, vêem televisão, ouvem rádio, vocês devem saber o que está acontecendo no Brasil neste instante.”

A crise envolve o ministro Antonio Palocci (Fazenda), que foi desmentido na CPI dos Bingos pelo caseiro Francenildo que diz ter visto Palocci na casa que seria usada em Brasília pelos ex-assessores de Ribeirão Preto para fechar negociatas. Palocci negou ter freqüentado a casa.

O presidente seguiu a mesma linha adotada pelos seus ministros e atacou a oposição, que foi chamada pelos petistas de denuncista. “Tem gente que faz e tem gente que tenta destruir. E destruir é mais fácil do que construir.”

Lula também aproveitou para dizer que não iria desanimar. “Nós brasileiros não perdemos a nossa esperança. Nós precisamos levantar de cabeça erguida e dizer: ‘hoje eu não estou bem, a situação está mal, mas, primeiro de tudo, eu creio em Deus; segundo, eu sou brasileiro; terceiro, eu sou lutador e eu vou mudar a minha vida’.”

Fonte: Folha Online