Está praticamente fechada a lista de ministros do segundo mandato. Resta apenas a definição de quatro nomes, revelou ao blog um auxiliar de Lula. Mantida em sigilo, a identidade dos futuros integrantes da nova equipe foi confiada a três ministros palacianos: Luiz Dulci (Secretaria Geral), Tarso Genro (Relações Institucionais) e Dilma Rousseff (Casa Civil).
Lula encomendou à trinca um levantamento sobre ações pregressas dos ministeriáveis, além de uma análise sobre o grau de envolvimento dos partidos a que pertencem com projetos e ações do governo. Dulci, Genro e Dilma têm até o próximo dia 15 de janeiro para concluir a tarefa.
Nesse dia, o presidente retorna do período de descanso que se autoconcedeu. Ele viaja nesta sexta (5). Antes, manteve uma série de conversas com os três auxiliares aos quais encomendou o estudo. Os encontros serviram para definir a abrangência e os contornos da pesquisa.
Além de candidatos a ministros, o presidente incluiu na lista sob análise nomes de prováveis gestores de estatais, autarquias e cargos estratégicos do segundo escalão. São, em sua maioria, filiados aos dez partidos que se dispuseram a integrar o consórcio governista: PT, PMDB, PTB, PSB, PP, PR (ex-PL), PCdoB, PRB, PDT, PV.
Exceto pelo PDT, todas as outras legendas já integram o governo. E Lula quer saber, em detalhes, como procederam ao longo do primeiro mandato. Dulci, Genro e Dilma tentam esquadrinhar os subterrâneos da máquina estatal.
Mediante um cruzamento de dados, pretendem entregar a Lula um trabalho que permitirá ao chefe saber: 1) como foi o desempenho de cada partido; 2) qual foi a relação dessas legendas com os principais projetos do governo; 3) que tipo de pessoas indicaram para exercer funções públicas; 4) que contribuição cada um deu para impulsionar iniciativas tidas como prioritárias; e 5) como se portaram diante de questões gerenciais que resultaram em problemas para o governo.
Quanto aos atuais ministros que têm vínculos partidários, o presidente quer que os dados coletados no levantamento em curso lhe permitam aferir se eles de fato representaram no governo os partidos que supostamente deveriam representar. Havendo dissonâncias, elas serão submetidas por Lula às direções partidárias durante o processo de negociação que antecederá a nomeação da nova equipe.
Para assegurar a precisão da pesquisa, o Planalto irá coletar, além de dados técnicos, opiniões de políticos que privam da confiança do governo acerca do desempenho dos gestores de órgãos públicos localizados nos Estados. A intenção é prover Lula de um “mapa geral do funcionamento da máquina administrativa”. Serão realçadas “conquistas” e também “problemas” que o governo amealhou nas diferentes unidades da federação.
Lula imagina que, com o levantamento em mãos, terá condições de promover a negociação política com os partidos da coalizão sem perder de vista os aspectos técnicos. Uma de suas intenções é a de nomear, sempre que possível, ministros e auxiliares capazes de unir à ação política o conhecimento técnico da área que irá gerenciar. Resta saber se os interesses de Lula coincidem com os anseios dos partidos que logrou reunir em torno de si. São legendas que, em sua expressiva maioria, têm um histórico vinculado ao patrimonialismo e à fisiologia.
Folha Online