O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva exerceu nesta terça-feira papel de mediador, no conflito das fábricas de celulose entre os países Argentina e Uruguai. Lula estaria disposto a agir também para encontrar uma saída para a crise na CAN (Comunidade Andina).
O assessor especial de relações internacionais de Lula, Marco Aurélio Garcia, confirmou a atuação do presidente, que foi procurado nos dois casos.
Segundo Garcia, em Brasília, Lula conversou em março, com a presidente da Finlândia, Tarja Halonen, pedindo que ela tentasse convencer a indústria de celulose finlandesa Botnia a suspender temporariamente a construção de uma fábrica na cidade uruguaia de Fray Bentos, na fronteira com a Argentina.
A construção da fábrica e de outra da espanhola Ence provocaram uma crise entre Argentina e Uruguai. O governo argentino diz que os projetos irão contaminar a bacia do rio Uruguai.
Garcia afirmou que o governo argentino não havia sido informado da intervenção de Lula. Mas o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim , explicou a situação ao chanceler argentino, Jorge Taiana, garantindo que não houve ingerência no conflito.
“Não achamos que tenha sido uma intervenção, e sim uma ajuda para chegar a um acordo”, disse Garcia a jornalistas em São Paulo, onde Lula se reuniu esta noite com o presidente argentino, Néstor Kirchner.
O assessor de Lula acrescentou ainda que “a posição do Brasil é de que o conflito pode e deve ser resolvido entre os dois países”.
Já sobre o conflito criado pela decisão do presidente Hugo Chávez de retirar a Venezuela da CAN, Garcia admitiu que o Brasil também está disposto a servir de mediador.
“Conversamos hoje com o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, em Brasília. Amanhã [hoje, 26], vamos nos encontrar com o da Venezuela, Hugo Chávez, em São Paulo. Mas o assunto deve ser tratado com muita responsabilidade e discrição”, observou.
Chávez anunciou, na semana passada, a saída da Venezuela da CAN, por considerar que os recentes tratados de livre-comércio, assinados por Colômbia e Peru com os Estados Unidos, condenaram à morte o bloco.
Segundo Garcia, o Brasil defende a continuidade e o aperfeiçoamento de blocos regionais, apesar da sua iniciativa de criar uma Comunidade Sul-Americana de Nações (CSN).
“A CSN deve se apoiar no Mercosul e na CAN. Temos interesse em fortalecer as duas entidades”, ressaltou.
Folha Online
Lula negocia fim de conflitos entre países andinos e entre Argentina e
O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva exerceu nesta terça-feira papel de mediador
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