O presidente Luiz Inácio Lula da Silva analisa a hipótese de se encarregar das grandes articulações políticas da campanha para reeleição e criar um comitê de campanha liderado pelo presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), e o novo negociador político do Palácio do Planalto, ministro Tarso Genro (Relações Institucionais).
Lula tende a tomar conta da articulação da reeleição após ficar órfão dos negociadores políticos responsáveis pela vitória em 2002:os ex-ministros Antonio Palocci e José Dirceu. Como Dirceu teve o mandato cassado e perdeu os direitos políticos por oito anos, o presidente havia estudado deixar com Palocci o comando da campanha. Mas o ex-homem forte da economia teve de deixar o Ministério envolvido em denúncias da quebra e vazamento de sigilo do caseiro Francenildo Santos Costa.
“O presidente analisa o cenário. Mas ele tende a tomar todas as decisões sobre as articulações. Ele já vinha fazendo isso de maneira incipiente”, afirmou um auxiliar de Lula, que pediu para não ser identificado. “Lógico que algumas decisões ele vai deixar com o Berzoini e com o Tarso”, acrescentou.
O deputado petista afirmou que as negociações mais duras começaram a partir de maio através das articulações estaduais. A estratégia de Berzoini é não interferirno processo de negociações dos diretórios estaduais do PT para se dedicar à campanha do presidente Lula.
Mas um obstáculo já o espar para ser superado: As alianças partidárias. “Com a verticalização fica muito difícil conseguir o apoio de menores partidos porque ele estarão preocupados com a cláusula de barreira”, disse. O aliado histórico do PT, o PC do B, poderá ficar fora de uma coligação com Lula desde 1989. Outro partido que dificilmente dará apoio oficial é o PSB, do ex-ministro Ciro Gomes.
O presidente do partido, Roberto Campos, disse recentemente ao Último Segundo que a tendência é o partido ficar sozinho e abrir palanque para Lula nos Estados.”Não estaremos na chapa, mas o tempo de televisão pediremos voto para o presidente Lula”, disse Campos.
Apesar de o cenário limitado pela regra da verticalização ou a unificação das coligações partidárias, Lula ainda quer negociar com cada um dos possíveis aliados.
O PL promete apoiar Lula com os palanques, a tendência é que o PTB também. Até o final de abril, Lula pretende conversar om os presidentes dos partidos aliados, inclusive o PMDB.
Segundo auxiliares, o presidente ainda está apreensivo em relação às próximas pesquisas de intenção de votos. Ele teme que sua imagem tenha sido afetada pelas ausações contra o ex-ministro Palocci. Lula chegou a confidenciar a um assessor que não gostaria de ficar marcado pelo episódio como um presidente que atacaria o povo para preservar um colega no poder.
“É bom deixar claro que o que houve é uma ação do Ministério da Fazenda com auxílio da Caixa Econômica Federal para atentar contra o caseiro. Isso não é ação de governo. Seria se o presidente estivesse envolvido. Isso foi uma trapalhada do ministro Palocci”, disse um ex-ministro de Lula que deixou o cargo em 31 de março.
Último Segundo
Lula analisa conduzir campanha de reeleição e deixar Berzoini e Tarso
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