Política

Libanesa presa em SP se diz vítima de perseguição

A mulher foi presa em flagrante por tentar subornar os policiais brasileiros no momento de sua prisão

A libanesa Rana Abdel Rahim Koleilat, 39 anos, presa no domingo em São Paulo, acusada de participação no assassinato do ex-primeiro-ministro do Líbano Hafic Hariri, afirmou nesta segunda-feira que é vítima de perseguição política graças à relação bastante próxima que mantinha com o ex-primeiro-ministro. A mulher foi presa em flagrante por tentar subornar os policiais brasileiros no momento de sua prisão. Ela está presa em uma delegacia de Itaquera, na zona leste, e deve ser transferida nas próximas horas para um presídio. 

Hariri foi morto em 14 de fevereiro de 2005, em Beirute, em um atentado que deixou mais nove vítimas fatais e cerca de cem feridos. Conforme o Consulado Geral do Líbano, a suspeita é procurada por uma questão judicial não resolvida e a Interpol expediu um pedido de prisão provisória em razão disso. Ela teria desviado cerca de US$ 4 milhões do banco onde trabalhava para financiar uma organização terrorista. A Comissão Internacional Independente de Investigação, do Conselho de Segurança da ONU, deseja interrogá-la com a finalidade de esclarecer o assassinato de Rafic Hariri.

Na segunda-feira da semana passada, o Setor de Investigações Gerais (SIG) da 7ª Delegacia Secccional (Itaquera) recebeu uma denúncia anônima informando que a libanesa estaria na cidade de São Paulo. Policiais civis monitoraram Koleilat, hospedada no Parthenon Accor Hotels da avenida Luiz Dumont Vilares, na zona norte da capital. Ela foi abordada na tarde de ontem, quando chegava ao hotel. De acordo com o titular da 7ª Seccional, Nicanor Nogueira Branco, logo ao ver os policiais, Rana ofereceu US$ 200 mil para que a soltassem. Ela teria dito que bastava apenas contatar alguns amigos e providenciaria a quantia.

O delegado responsável do SIG, Murilo Fonseca Roque, disse que depois de detida, a suspeita negou o suborno, uma vez que o desconhecimento do idioma pelos policiais gerou o mau entendimento da sua atitude. O delegado titular informou que a acusada fala algumas palavras em português e francês fluente. Porém, depois de ter sido presa, passou a conversar apenas em libanês, fazendo-se necessário o auxílio de um intérprete da comunidade libanesa.

Rana esteve duas vezes no Brasil no início do ano passado, voltando em outubro. A acusada está com o visto vencido desde janeiro de 2006, sendo seu passaporte falsificado, já que os dados são de um homem, mas a foto é dela. Esta informação foi confirmada pelo Consulado Britânico.

Segundo Nicanor Nogueira Branco, Koleilat permanecerá até amanhã na 7ª Seccional, quando deverá ser transferida para algum Centro de Detenção Provisória, cabendo aos governos brasileiro e libanês, em conjunto com o Supremo Tribunal Federal, a decisão do caso.

Redação Terra

COMPARTILHE

Bombando em Política

1

Política

Partidos têm até hoje para prestar contas do fundo partidário de 2023

2

Política

União da esquerda pode prejudicar Macron e dar vitória à direita radical nas eleições na França

3

Política

Prefeitura de Taperoá lança licitação de mais de R$ 801 mil para obra em campo de futebol

4

Política

“Não me peçam para fazer campanha”, diz Jackson Macedo após PT optar por Cartaxo como pré-candidato em João Pessoa

5

Política

PT nacional estuda rever apoio a pré-candidatura de Jhony Bezerra em Campina Grande; “equívoco”, analisa Jackson Macedo