A chefe de investigações da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, Marina Maggessi, afirmou, neste sábado, que o roubo do armamento do Exército, assim como o assalto ao apartamento do provedor da Santa Casa de Misericórdia, nesta manhã, são ações de milícias. Segundo afirmou a policiais, os fuzis militares seriam vendidos a uma espécie de “consórcio” do tráfico.
“Isso tudo é uma questão de oportunidade, de ter informações privilegiadas. A pessoa vai na boca (de fumo), mora ali perto, e oferece os serviços, pois sabe que há interesse dos traficantes”, declarou.
Marina afirmou que a prática não é incomum e declarou que, no caso do roubo dos dez fuzis, houve, de fato, uma combinação entre os ex-militares e os traficantes de três favelas: Providência, Mangueira e Rocinha. “Houve consórcio mesmo. Cada fuzil seria negociado a R$ 3.500”.
Perguntada sobre a maneira de agir do Exército durante a operação nas comunidades, Marina disse que ela foi “legítima” e que a troca tiros foi uma reação à investida dos traficantes, especialmente os do morro da Providência.
Para ela, embora o Ministério Público Federal tenha o direito de investigar se os militares cometeram excessos durante a ocupação, é igualmente necessário que, uma vez concluído que não houve abusos, as pessoas que mentiram sejam punidas.
Suspeitos continuam presos
Acusados pelo roubo do armamento do Exército, os ex-soldados Joelson Basílio da Silva, de 23 anos, e Carlos Leandro de Souza, de 22, deverão ficar presos por mais cinco dias, segundo determinação da Justiça Militar. Para tentar descobrir a identidade dos outros participantes do roubo, o Ministério Público Militar pediu a quebra de sigilo telefônico dos dois.
O Inquérito Policial Militar sobre o caso corre agora sob segredo de Justiça. Segundo o porta-voz do Comando Militar do Leste, coronel Fernando Lemos, não foi pedido neste sábado nenhum reforço das tropas para o cumprimento de novos mandados de busca, apreensão e prisão.
Agência Estado
Investigadora culpa milícia por roubo de armamentos
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