Educação

IBGE aponta 3 mi de crianças de 4 a 6 anos fora da escola

Falta de escolas para este segmento é maior nas áreas rurais e nos grandes centros urbanos onde se concentra a população de baixa renda

A pouca oferta de escolas para a educação infantil deixa quase três milhões de crianças de quatro a seis anos de idade sem estudar em todo o País. A falta de escolas para este segmento é maior nas áreas rurais e nos grandes centros urbanos onde se concentra a população de baixa renda, como mostra uma publicação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quarta-feira (22).

O suplemento Aspectos Complementares de Educação e Acesso a Transferências de Renda de Programas Sociais 2004, elaborado com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2004, revela que a proporção de crianças nesta faixa etária que freqüentavam a escola está diretamente relacionada às condições financeiras das famílias. Quanto mais baixo o rendimento, mais crianças fora da escola.

O Movimento Interfórum de Educação Infantil no Brasil tem pesquisas que apontam uma demanda crescente por este segmento em todo o País e que o número de crianças nas escolas só não é maior por causa da oferta reduzida.

“As listas de espera são grandes, especialmente nas regiões onde as famílias não têm condições de pagar uma escola particular. São famílias que têm consciência da necessidade dessa experiência educacional, já que elas não podem dar para os filhos outras opções culturais”, acrescentou a coordenadora do movimento, Ângela Barreto.

A especialista lembrou que vários estudos comprovam o desenvolvimento acelerado das crianças nesta faixa etária e mostram os impactos na vida daqueles que têm oportunidade de freqüentar a pré-escola. Segundo Ângela Barreto, o segmento também precisa de um maior financiamento por parte dos governos federal, estaduais e municipais. Ela explicou que este déficit atualmente é coberto pelas organizações não-governamentais e associações sem fins lucrativos.

“As ONGs e associações filantrópicas estão assumindo o papel do Estado, principalmente nas áreas mais carentes. No Nordeste, por exemplo, o número de escolas de educação infantil e de creches particulares já se iguala a das públicas e a freqüência das crianças nestes estabelecimentos supera as expectativas”, acrescentou.


Agência Brasil

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