A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo não cumpriu ontem a determinação do Ministério Público Estadual de entregar documentos completos sobre as mortes violentas ocorridas na semana em que ocorreram ataques comandados pelo PCC. Foram entregues ontem somente os laudos do Instituto Médico Legal (IML) de 132 óbitos e ainda faltam os boletins de ocorrência da Polícia Civil e Militar das mortes.
O Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial do MP deu prazo até as 20h da quinta-feira para o governo paulista entregar os documentos. Já os laudos do IML teriam prazo maior para entrega, até o sábado.
O grupo do MP quer apurar se houve abuso de poder ou execuções em represália pelos ataques por parte dos policiais. Com os laudos, o MP tem os nomes de 79 mortos envolvidos nos ataques e das outras mortes que não teriam ligação com a onda de violência, segundo a Secretaria de Segurança.
O procurador-geral de São Paulo deve se pronunciar hoje sobre os dados recebidos do governo. A Secretaria de Segurança também se comprometeu a entregar hoje os dados que faltam.
O Conselho Regional de Medicina de São Paulo entregou, na quarta-feira, um relatório sobre os corpos que chegaram ao IML entre os dias 12 e 20 de maio. O relatório possui cerca de mil páginas, somando documentos e avaliações dos peritos que visitaram o local entre os dias 20 e 22. No texto, o conselho diz que foram recebidos no IML central nessa semana 273 corpos, dos quais “132 apresentaram causa mortis relacionada a ferimentos por arma de fogo”.
Relatos dos integrantes do CRM-SP que viram os corpos no IML indicavam que poderia haver sinais que ocorreram execuções das vítimas, como como tiros nas costas, na nuca ou na altura da cabeça, além da proximidade dos disparos em relação ao corpo da vítima.
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Governo de SP não entrega boletins de mortes a MP
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