O Governo Federal demonstrou disposição para, com recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ajudar a Varig a emplacar o “Plano B” para salvar a companhia. A estratégia, caso as negociações da venda para a ex-subisiária VarigLog não avancem, é fatiar a aérea em duas empresas: uma, responsável pela operação das linhas domésticas, seria leiloada para investidores privados, com financiamento do banco estatal, e outra ficaria com as rotas internacionais.
A “Varig internacional” arcaria com as dívidas, estimadas em mais de R$ 7 bilhões, enquanto a “Nova Varig” ficaria livre dos débitos e ainda teria o aporte de créditos de aproximadamente R$ 4,5 bilhões que a aérea cobra na Justiça do governo, referentes a prejuízos com antigos planos econômicos. De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, a versão “nacional” da companhia ainda receberia R$ 1,2 bilhão em créditos de ICMS de 15 Estados, garantidos mediante ações judiciais.
Principal credor da Varig, o governo vinha insistindo que não iria interceder na crise, mas mudou de posição nos últimos dias. Na quarta-feira passada, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, admitiu que o BNDES poderá financiar investidores interessados em aqduirir o controle da empresa. Ontem, foi a vez do ministro da Defesa, Waldir Pires, dizer que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está “preocupado” com a situação. Há alguns dias, Lula havia afirmado que a lei de Falências poderia ser uma saída para a Varig.
Segundo o Estadão, a idéia em análise pelo governo é entregar a “Nova Varig” a uma concorrente nacional que não seja a TAM e a Gol, a fim de evitar a concentração das rotas em companhias que, juntas, já detêm a liderança do mercado. Uma das alternativas seria a Ocean Air, que já fez propostas e hoje trabalha com um “plano de contingência” com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para assumir linhas hoje operadas pela Varig, na hipótese de falência.
Justiça americana dá mais 1 mês à Varig
Nesta quinta-feira, a Corte de Falências de Nova York decidiu prorrogar até o dia 31 de maio a liminar que impede o arresto dos aviões da Varig por seus credores. Nesse prazo, a companhia terá tempo para tentar avanços nas negociações com a VarigLog.
