Os parlamentares petistas querem aprovar amanhã na CPI dos Correios um substitutivo ao relatório elaborado pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). O relatório paralelo dos petistas modifica algumas conclusões feitas por Serraglio.
Entre as principais alterações do relatório paralelo está a negação da existência do mensalão. Ao contrário do texto de Serraglio, que afirmava a existência do mensalão e informava que ele não tinha relação com o caixa dois, o relatório paralelo do PT nega o pagamento de uma mesada para a base aliada votar com o governo.
O deputado Maurício Rands (PT-PE), que foi relator-adjunto da CPI, disse que o partido pretende evitar a utilização política do documento.
Para isso, o PT quer apresentar complementos ao que diz ter sido omitido no texto de Serraglio e quer retirar conclusões que não estejam amparadas nas investigações. “A interseção com o relatório de Serraglio será muito grande, mas há problemas que fragilizam o texto. Um relatório frágil favorece a impunidade”, disse Rands.
O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), adiantou que seu partido não admitirá que sejam retirados do relatório a conclusão sobre o “mensalão”, as fontes do “valerioduto” e os indiciamentos questionados pelo PT. “Essa é a espinha dorsal do relatório”, disse Fruet.
Agora, tanto a oposição como os governistas correm atrás dos votos necessários para aprovar um texto final para a CPI dos Correios. É que os petistas querem boicotar a votação do relatório de Serraglio, mas podem não ter votos para aprovar o relatório paralelo.
O sub-relator de contratos, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), teme que uma disputa sobre o texto inviabilize sua votação. “Não ter relatório é a verdadeira pizza, e há muitos interessados em que não haja”, alertou o deputado.
Ele sugere que se busque o máximo entendimento com o relator para que as mudanças sejam feitas.
Serraglio já havia declarado que aceitaria mudanças no relatório. “Estou aberto para reexaminar, mas é preciso mostrar que estou errado”, afirmou o relator.
O relatório final foi apresentado na última quarta-feira. O documento concluiu pela existência do mensalão, porém isentou o presidente Lula de responsabilidade no episódio. Serraglio sugere o indiciamento de mais de cem pessoas O prazo de funcionamento da CPI termina em 10 de abril.
Fonte: Folha Online Com Agência Câmara
Governistas querem aprovar relatório paralelo na CPI dos Correios
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