Os Estados de Goiás e Piauí criaram serviços telefônicos para receber denúncias de caso de nepotismo. Em Goiás, o serviço atende às ligações que relatem casos de nepotismo no Judiciário, Legislativo e Executivo. No Piauí, em uma primeira etapa, a linha telefônica está disponível para denúncias de contratação de parentes por membros do Judiciário.
O Ministério Público de Goiás, responsável pelo serviço, recebeu cerca de 1.500 ligações com denúncias de casos de contratação de parentes de agentes públicos no interior e na capital desde a criação do disque-nepotismo, no dia 3 de março.
Houve congestionamento na linha no primeiro dia de operação e a promotoria precisou ampliar o serviço. Agora há dois telefones –(62) 3243-8888 e 3243-8777– e o e-mail [email protected] para receber denúncias. Não há necessidade de identificação.
“Em geral, são funcionários públicos de carreira que ligam porque eles é que convivem com o problema e muitas vezes acabam sendo preteridos em promoções por chefes que indicam parentes”, disse o procurador-geral, Saulo de Castro Bezerra.
O disque-denúncia já começa a ter resultados práticos no Estado. Nesta semana, a presidência da Câmara Municipal de Goiânia entregou à promotoria uma lista com os nomes dos 83 servidores comissionados demitidos por terem grau de parentesco com os vereadores. A Casa havia sido notificada pelo Ministério Público por suspeitas de nepotismo. As vagas devem ser preenchidas com concurso público.
Piauí
No Piauí, o disque-nepotismo começou a receber ligações na segunda-feira. O serviço foi instalado na sede do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário, autor da iniciativa.
“Recebemos cinco ligações. Amanhã [hoje] está prevista uma reunião com outros sindicatos do Piauí para a formação de uma frente anti-nepotismo”, disse a coordenadora-adjunta do sindicato, Marinalva Santana.
Com a possível criação da frente, a sindicalista disse acreditar que casos de nepotismo no Legislativo e no Executivo também serão denunciados no disque-nepotismo.
Segundo ela, o sindicato mandou confeccionar 5 mil adesivos contra o nepotismo no Judiciário. Nos adesivos há a inscrição: “Nepotismo: imoral, ilegal e engorda”.
Os casos de nepotismo no Judiciário do Estado que forem relatados por meio do serviço telefônico serão encaminhados ao Conselho Nacional de Justiça, informou Santana.
Fonte: Folha Online
