Política

FHC diz que não deve se envolver na campanha de Alckmin

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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso diz que não vai se envolver diretamente na campanha do candidato a presidente do PSDB, Geraldo Alckmin.

“Eu vou apoiar em tudo o que me pedirem, mas não cabe a mim fazer campanha propriamente dita”, disse o ex-presidente à BBC Brasil.

Questionado sobre a possibilidade de “subir no palanque” para apoiar Alckmin, Fernando Henrique disse que “hoje em dia o palanque é eletrônico, o outro não tem muita importância”.

E disse que “se for necessário” pode gravar uma declaração de apoio ao candidato do partido. “Se me pedirem alguma participação, alguma declaração. Tem que medir se é necessário”, afirmou.

Fernando Henrique disse que vai fazer o mesmo se o prefeito de São Paulo, José Serra, for candidato a governador.

Serra era o candidato de preferência do ex-presidente para a candidatura presidencial, mas Alckmin foi o escolhido pela cúpula do partido na semana passada.

Pesquisas

Nesta semana, com a divulgação de pesquisas mostrando que Serra venceria a disputa no Estado, aumentou a pressão para o prefeito de São Paulo saia candidato.

Fernando Henrique disse que “tem um palpite” de que Serra será o candidato, mas que o prefeito ainda não se decidiu.

Com a confirmação pelo Supremo Tribunal Federal de que a verticalização das coligações vale nas eleições deste ano, ele acredita que o pleito presidencial pode se definir no primeiro turno.

“Acho que o Tribunal tinha razão de tomar esta decisão porque não se pode mudar a regra com menos de um ano de prazo”, afirmou.

O sucesso da candidatura de Alckmin, na avaliação de Fernando Henrique, vai depender de ele conseguir convencer o eleitorado de que fará um governo diferente do do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Os objetivos são os mesmos, todos queremos crescimento econômico, redução da pobreza. As diferenças estão em como fazer. Tem gente que realiza e gente que fala”, afirmou.

Autobiografia

Fernando Henrique Cardoso viaja nesta fim de semana para os Estados Unidos, onde a partir de domingo lança em vários eventos em Nova York e em Washington o livro “The Accidental President of Brazil” (O Presidente por Acidente do Brasil), uma versão adaptada para o público externo de sua autobiografia, lançada nesta semana no Brasil.

No livro, o ex-presidente faz um balanço do seu governo e se diz decepcionado com o governo Lula.

“Seu governo foi marcado por incompetência administrativa e por alegações de corrupção séria em seu círculo mais íntimo”, escreveu Fernando Henrique.

Mas ele nota no livro que apesar do escândalo a economia brasileira permaneceu estável. “Um forte sinal de que as idéias do meu governo devem durar”, avalia.

“Lula governou com a mesma agenda política do meu governo, embora ele tenha falhado em instituir reformas mais significativas”, escreveu.

Na entrevista, questionado sobre o baixo crescimento econômico do país nos últimos anos, Fernando Henrique diz que Lula só adotou a mesma política macroeconômica que a dele nos fundamentos, como a responsabilidade fiscal, a meta inflacionária e o câmbio flutuante.

“O problema é a operação. A taxa de juros ficou muito elevada, por um conservadorismo do Banco Central”, afirma.

Ele também critica a falta de avanço nas reformas. “O Brasil ainda sofre de falta de confiança. As agências regulatórias não foram fortalecidas, o investimento público caiu muito, não houve avanço da reforma tributária e houve um afrouxamento do gasto público”, disse ele.

“No meu tempo o mundo ia mal. Agora o mundo vai bem e o Brasil não entrou na onda”, lamenta.

Fonte: Folha Onlien

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