Mais da metade dos espanhóis acredita que o governo está negociando em segredo com o grupo separatista basco ETA, revelou uma pesquisa divulgada na segunda-feira.
Segundo a pesquisa, publicada no jornal El Mundo, 54 por cento dos entrevistados acreditavam na existência das negociações.
Do total, 64 por cento disseram que não se importariam com o fato de o governo estar em contato com o ETA — que é considerado uma organização terrorista pela União Européia (UE) e pelos EUA — se o grupo depuser as armas.
O líder do Batasuna, um partido político banido devido a suas ligações com o ETA, deve comparecer na segunda-feira diante da Suprema Corte do país, em Madri. Prevê-se que ele seja enviado novamente para detrás das grades por violar os termos de sua liberdade provisória.
Arnaldo Otegi, livre atualmente depois de pagar uma fiança de 400 mil euros, precisa explicar sua participação nos episódios violentos ocorridos na quinta-feira passada, quando o Batasuna convocou uma greve no País Basco.
O juiz deve decidir pela revogação da fiança, afirmaram membros do Judiciário, e por enviar o acusado de volta à prisão enquanto promotores preparam o caso contra ele. Otegi é acusado de pertencer a um grupo armado na qualidade de líder, crime punível com até 14 anos de prisão.
Otegi também deve comparecer diante da Suprema Corte na quinta-feira devido a um outro caso, envolvendo a acusação de “apologia ao terrorismo” quando participou da homenagem a um membro do ETA morto.
O integrante do Batasuna foi condenado a seis anos de prisão em 1989 por colaborar com um grupo armado e com o sequestro de um empresário. Em novembro passado, ele foi condenado por ofender o rei.
O ETA matou mais de 850 pessoas em sua campanha de quase quatro décadas na defesa de um Estado basco independente abrangendo o norte da Espanha e o sudoeste da França.
O atual governo socialista da Espanha adotou uma linha menos dura em relação ao ETA do que o governo conservador anteriormente no poder e alimentou abertamente as esperanças de uma trégua.
Reuters
Espanhóis suspeitam que governo negocia com ETA, diz pesquisa
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