O vereador Tarcísio Jardim, da Câmara Municipal de João Pessoa, disse que o projeto de redução da jornada de trabalho apresentado pela deputada Érika Hilton na Câmara Federal não traz solução. O parlamentar acrescentou que o tema precisa de estudos. As declarações foram dadas durante o debate sobre o fim da escala 6×1 no programa Arapuan Verdade, nesta terça-feira (19).
A proposta de Erika Hilton conseguiu 171 assinaturas para ser apresentada como Proposta de Emenda à Constituição (PEC). A proposta da deputada estabelece jornada de trabalho de até oito horas diárias e 36 horas semanais, com expedientes por quatro dias da semana com outros três de descanso.
“Eu sou contra a PEC e contra a escala 6×1. A PEC do jeito que ela foi formatada, não traz solução para a causa do problema, ela traz uma causa de problema. Todo mundo sabe que essa escala 6×1 é extenuante e faz tempo que se reclama. Isso não é um problema econômico, é um problema filosófico que vem desde a época da escravidão quando se foi colocando o pagamento dos trabalhadores e depois acabou com a Revolução Industrial, com a jornada de 14 e 16 horas, depois na Constituinte de 1988, onde foi implementada a jornada de 44 horas semanais”, declarou o vereador, como verificou o ClickPB.
Tarcísio Jardim defende mais estudos sobre a proposta e disse que não “é o poder público que tem que tomar conta do que vai rolar dentro da sociedade”.
“A gente sabe que isso é um debate que precisa de estudos de pessoas especializadas, trazer a resolução disso, voltar a estudar o tema e a população decidir isso através de um plebiscito. Não é o poder público que tem que tomar conta do que vai rolar dentro da sociedade. O poder público tem que se intrometer dessa celeuma numa Reforma Tributária e numa Reforma Trabalhista para socorrer os pequenos porque esses é que vão sofrer o ‘corte na carne’. Mas você não pode ‘cortar na carne’ do pequeno empresário e nem do trabalhador que não consegue pegar ou deixar seus filhos na escola, não consegue ter tempo para praticar uma atividade física, não consegue ter tempo para estudar, para passar em um concurso e conseguir um trabalho melhor”, argumentou.
O vereador acrescentou que é preciso haver uma discussão apartidária, longe da polarização política.
“A gente tem que ter uma discussão apartidária, mas, infelizmente, a gente vive numa sociedade tão polarizada que até um tema tão importante como esse se transforma em uma guerra de direita e esquerda, quem é contra e quem é a favor. E no final dessa corda quem perde é a sociedade. Então eu acho que o projeto deveria ser mais robusto. Ele é suficiente para trazer o tema à discussão, mas ele não é suficiente para aprovar esse tipo de mudança”, acrescentou.
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