‘Época’ revela que TJ da Paraíba paga 3º maior salário de desembargado

A greve dos serventuários da Justiça já completou nove dias e a adesão atingiu 98% em todo o Estado, nesta sexta-feira (17). Os servidores solicitam um reajuste de 73% em seus salários, que diz respeito a proposta já aprovada desde maio de 2005. Para reforçar o movimento, o presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça, Benedito Fonseca, resolveu iniciar uma greve de fome na última segunda-feira (13), em resposta ao não pronunciamento por parte do Tribunal de Justiça.

Mesmo aparentando sinais de fraqueza, o presidente garante que está bem de saúde. São 103 horas sem se alimentar, em forma de protesto. Ontem, ele voltou a condenar os valores dos salários dos desembargadores paraibanos. De acordo com matéria veiculada esta semana pela Revista Época, os desembargadores da Paraíba recebem o terceiro maior salário do País, perdendo apenas para o TJ do Espírito Santo e do Amazonas, onde alguns desembargadores recebem mais de R$ 32 mil.

“Um Estado pobre e carente como a Paraíba, deve rever esses salários tão altos”, disse. O presidente ainda atentou para o contraste, referindo-se à greve. “Nem eu sabia que a situação era tão descomunal”, revelou. Esta semana, o TJ mandou que a Assembléia suspendesse tramitação de lei reajustando salário dos desembargadores até que o assunto seja discutido pelo Conselho Nacional de Justiça. O teto tolerado pelo CNJ é de no máximo 90,25% do salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal. Ou seja, R$ 22 mil.

Segundo o presidente, o intermédio que seria feito entre parlamentares, o presidente da OAB com o desembargador João Moura, não tiveram avanço. Apesar do silêncio do Tribunal de Justiça, Benedito comemora a crescente adesão ao movimento grevista. “É revigorante a resposta da cidade de João Pessoa a nossa luta”, festejou Benedito.

Benedito aproveitou para ressaltar sua revolta pela reportagem divulgada pela Revista Época, onde foi noticiado que a Paraíba é o 3° Estado do Brasil que melhor paga aos juízes e desembargadores.

Valéria Sinésio