Diversas entidades de João Pessoa reuniram-se para realizar uma extensa programação que irá discutir a presença da discriminação racial na sociedade. O tema é lembrado em razão do dia 21 de março ser o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, que significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional.
A Pastoral dos Negros e o Disque Racismo da Paraíba são as entidades responsáveis por reunir os grupos que lutam pelo combate ao preconceito durante evento realizado na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), nos próximos dias 22 (quarta-feira) e 23 (quinta-feira). “Mulheres no Brasil” –Resistência, lutas e Conquistas”, esse é o título do evento que reúne durante estes dois dias diversas entidades e representantes da sociedade civil, para refletirem sobre a melhor forma de combater preconceitos e estereótipos raciais que costumam legitimar procedimentos discriminatórios.
As atividades acontecem em sua maioria no Centro de Ciências Humanas Letras e Artes (CCHLA), com o apoio do Fórum de Mulheres da UFPB e do Diretório Central dos Estudantes (DCE). Com a participação da Biblioteca e Centro Cultural Anayde Beiriz, Coeltivo Feminista Santo Dias, Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento de Mulheres Camponesas do Brejo (MMT), e do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), além de diversas outras entidades engajadas na luta contra a discriminação na Paraíba.
A origem da luta pela desigualdade – O dia 21 de março foi escolhido como o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1970, como uma alusão ao Massacre de Sharpeville, ocorrido na cidade de mesmo nome, na África do Sul, em 21 de março de 1960. Durante um protesto pacífico contra a Lei do Passe, que obrigava os negros a usarem um cartão, no qual estava escrito os locais onde eles estariam autorizados a freqüentar, a polícia sul-africana conteve os manifestantes com rajadas de metralhadoras.
Na ocasião, morreram 69 pessoas, e cerca de 180 ficaram feridas, mas foi a partir daí que a opinião pública mundial focou sua atenção pela primeira vez na questão do Apartheid. A data foi comemorada pela primeira vez em 1970. Mais de quatro décadas depois, apesar de todas as conquistas sociais e jurídicas, algumas temáticas e reivindicações ainda estão muito próximas do contexto e do cenário da época.
Programação do dia 22 de março (quarta-feira)
“Mulheres no Brasil – Resistência, lutas e conquistas”
Manhã
8h30 – Abertura oficial (Auditório 411/CCHLA)
9h30 – Apresentação da ária da ópera “O Guarani” – Maria do Rosário S. Leite (Auditório 411/CCHLA)
10h00 às 11h30 – Mesa de Abertura: Profª Wilma Marins Mendonça (DL) “Do nosso povo cosmogênico: Os Tupinambá”.
Representação Potiguara: Iraci Cassiano Soares, Antônio Pessoa (Caboclinho), Josafá Padilha Freire e Adalberto Fulgêncio – FUNASA (Auditório 411 CCHLA)
11h30 Apresentação do Grupo do Toré dos Índios Potiguaras (Praça da Alegria/CCHLA)
Noite
19h00 às 20h30 – Palestra do Dr. Vanderley Caixe: “A presença da Mulher nas Lutas sociais e emancipatórias na América Latina”.
Coordenador: Prof. Lúcio Flávio Vasconcelos – DH (Auditório 411/CCHLA)
20h30 – Lançamento do CD “Vozes” e apresentação da dupla de repentistas Minervina e Soledade (Praça da Alegria/CCHLA)
Programação do dia 23 de março (quinta-feira)
Manhã
9h00 – Apresentação de percussão e do grupo de Capoeira Angola-Palmares/Dário e Malu (Praça da Alegria/CCHLA)
10h00 às 11h30 – Palestra da Profª Conceição Evaristo: “O entrecruzar das margens: Vivências de gênero e etnia”
Coordenador: Profº Elio Chaves Flores – DH (Auditório 411/CCHLA)
11h30 Lançamento de Livros (Praça da Alegria/CCHLA)
Tarde
14h30 Às 16h30 – Mesa-Redonda: “Mulheres na luta pela terra: A participação feminina nos Movimentos Sociais do Campo (MSC)”.
Depoimentos: Tânia Maria de Sousa (CPT), Maria da Soledade Leite (MMT), Dilei Aparecida Shiochet (MST) e Frei Anastácio.
Coordenação da mesa: Profª Ana Paula Romão (Auditório 411/CCHLA)
17h00 Apresentação de cultura afro-brasileira – Grupo de Capoeira Afro-Nagô (Centro de Vivências da UFPB)
Atividade Permanente
Exposição de trabalhos discentes em painéis
Coordenadoras: Mauriene e Mirian Brandão (Hall do CCHLA)
Lilla Ferreira
